Começou nessa segunda-feira (13/03) o julgamento de um jovem youtuber detido na Rússia em setembro depois de jogar Pokémon Go dentro de uma igreja. Ruslan Sokolovsky, de 22 anos, enfrenta as acusações de incitação ao ódio e insulto aos sentimentos religiosos. Ele vai a julgamento nesta semana.
Ele foi detido um mês depois de publicar um vídeo que o mostra caçando Pokémons dentro da Igreja de Todos os Santos, em Yekaterimburgo. Também conhecido como Igreja do Sangue, o templo ortodoxo fica no local em que foi assassinada a família do último czar do país, Nicolau II.
No vídeo, Sokolovsky comenta uma notícia que diz que jogadores de Pokémon Go podem ser presos se jogarem dentro da igreja. O jovem diz: “Como alguém pode se ofender por alguém entrar numa igreja com um smartphone? Eu decidi vir aqui e caçar alguns Pokemons na igreja porque… Por que não?”
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Publicado em 11 de agosto, o vídeo é um claro deboche do espaço religioso e não é o primeiro. Sokolovsky, que tem 300 mil inscritos em seu canal no YouTube, já havia feito vídeos com críticas à Igreja Ortodoxa Russa.
O porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vladimir Legoyda, disse que Sokolovsky é um vlogger bem conhecido “que trabalha no estilo de Charlie Hebdo”, o semanário francês famoso por tratar as religiões de forma depreciativa e que sofreu um atentado terrorista em 2015. Segundo Legoyda, o jovem não foi preso apenas por ter jogado Pokémon Go.
Já o prefeito de Yekaterimburgo se manifestou contrário à detenção, porque “você não pode prender um homem por ser idiota”.
Sokolovsky inicialmente ficou em prisão domiciliar, mas em outubro foi para a cadeia depois de receber uma visita da namorada, o que a regulamentação de prisão domiciliar não permite. Se condenado, ele pode pegar até cinco anos de cadeia.
A acusação é a mesma que sentenciou duas mulheres do grupo de punk rock Pussy Riot a dois anos de prisão em 2012. O grupo havia feito um show de improviso e sem autorização dentro da Catedral de Cristo Salvador, a sede do Patriarcado de Moscou, em protesto contra o apoio de líderes da Igreja Russa ao presidente Vladimir Putin.
Com informações de Guardian e ABC News.
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