“Dar abrigo aos peregrinos” é uma das quatorze obras de misericórdia que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis como exercício de amor e compaixão para com o próximo, em suas necessidades corporais e espirituais. Entre elas, também encontramos as orientações de dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, visitar os enfermos, consolar os aflitos, entre outras. Inspirados nessas ações e preocupados com o número cada vez maior de pessoas em situação de rua, a americana Shelly Roder e o padre Louis Vitale deram início a um projeto que abriu, literalmente, as portas das paróquias de seus bairros para as pessoas sem-teto.
O The Gubbio Project foi fundado em 2004 e acontece até hoje nas paróquias de São Bonifácio, no bairro de Tenderloin, e de São João Evangelista, no distrito de Mission – ambas ficam em São Francisco, cidade do estado da Califórnia, nos EUA. A partir das 6 horas, os moradores de rua são acolhidos nas duas paróquias e, nelas, encontram um lugar seguro e acolhedor para descansar pois, segundo os fundadores da obra, a falta de sono é um dos problemas de saúde mais críticos para os desabrigados.
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As igrejas não oferecem somente os bancos para dormir, mas também cobertores, meias, kits de higiene, cuidados com os pés, encaminhamentos para serviços e recursos externos, acompanhamento espiritual e até massagens (parceiros do projeto oferecem o serviço uma vez por semana). Somando as duas paróquias, cerca de 330 desabrigados são acolhidos por semana.
O nome Gubbio faz referência à cidade italiana onde, segundo uma lenda, o santo católico São Francisco de Assis negociou um acordo de paz entre os habitantes da cidade que estavam assustados e um lobo faminto, mostrando que com a comunicação, poderiam encontrar um terreno em comum.
Sem perguntas e julgamentos
De acordo com o site do projeto, os três principais objetivos da iniciativa são: fornecer um espaço limpo, bonito, silencioso e seguro para as pessoas descansarem durante o dia; cultivar um senso de comunidade entre as pessoas em situação de rua, bem como um senso de compreensão e responsabilidade na comunidade em geral; e atender ao bem-estar físico, social, psicológico e espiritual dos sem-teto que são acolhidos nas duas paróquias.
Nenhuma pergunta é feita quando os moradores de rua entram nas igrejas e também não há fichas de inscrição. A ideia é que nenhum deles seja excluído e nem se sinta questionado ou julgado. Pelo contrário, nessas paróquias todos são bem-vindos, respeitados e tratados com dignidade. O projeto faz com que essas pessoas percebam que também são parte da comunidade, assim como todos os outros fiéis da vizinhança que vão até a igreja para rezar, proporcionando, inclusive, a aproximação entre todos.
Com informações de Aleteia
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