Um santuário de animais no Texas, Estados Unidos, virou refúgio para crianças com necessidades especiais, experiências traumáticas e doenças raras. Lá, vivem cerca de 150 bichos, como cães, gatos, coelhos, cavalos e galinhas que sofreram maus tratos ou nasceram com problemas de saúde que têm gerado afeto e identificação por parte dos pequenos visitantes.
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Ambiente das diferenças, livre de julgamentos e preconceito, o Safe in Austin (A salvo em Austin, na tradução livre) foi ideia de Jamie Wallace-Griner, de 40 anos, depois de testemunhar o impacto de um cão na vida do filho que tem autismo. “Angel deu ao Jackson confiança e força além de qualquer coisa que eu fosse capaz de oferecer como mãe”, diz ela ao The Washington Post.
Jamie conta que todas as espécies são bem-vindas, independentemente da condição em que as encontre. “Temos animais que são cegos ou surdos, têm diabetes, paralisia cerebral, deformidades, membros faltando, espinhas quebradas. Todos se tornam parte de nossa família”, afirma ao revelar que: “Há algo realmente mágico em assistir uma criança com diferenças vir aqui e dizer: 'Eles são como eu'”.
A pequena Harper Wulms, de 5 anos, é uma das frequentadoras do santuário. Ela tem uma anomalia congênita que fez com que a mão direita dela fosse desproporcionalmente menor do que a esquerda. Aos 2 anos, a menina visitava o Safe in Austin quando conheceu Priscilla, um peru com uma condição parecida. “Ela correu até o peru e no momento que viu a semelhança entre eles, sorriu”, narra Celine Wulms, a mãe de Harper. “Conhecer Priscilla foi um presente”, completa.
Já Gracelyn Woods, uma menina de 9 anos, enfrentava a mudança de cidade e a pandemia de coronavírus quando conheceu o refúgio. “O rancho ajudou nossa filha a abraçar as novidades”, declara Jess Woods, que passou a visitar o local semanalmente. “Continuamos voltando e nossa filha começou a sair de sua concha. A vida simplesmente voltou para ela”, descreve.
Começo de tudo
O sonho de criar um lar para animais abandonados se tornou realidade depois que Jamie e o marido compraram um rancho no subúrbio ao Norte de Austin, em 2014, e se mudaram para lá com os três filhos. Inicialmente, apenas amigos pediam para visitar o local, mas conforme a notícia foi se espalhando mais pessoas passaram a querer conhecê-lo. “Estava ficando cada vez maior e eu percebi que era hora de se abrir de uma forma que ajudasse mais pessoas e animais”, explica Jamie.
Durante algum tempo, o custo com a manutenção do espaço recaiu exclusivamente sobre a família. Mas, com o aumento das contas veterinárias, medicamentos, alimentos e outros suprimentos, o casal decidiu oficialmente tornar o Safe in Austin uma organização sem fins lucrativos para aceitar doações. Embora a doação sugerida seja de 25 dólares por família, os visitantes podem entrar gratuitamente.