Uma viagem para a África mudou tudo. O sentimento do dentista Felipe Rossi foi de que precisava fazer alguma coisa. Depois de fazer um trabalho voluntário em Moçambique, ele voltou ao Brasil decidido a fazer a diferença. Em 2016 fundou a ONG Por 1 Sorriso. E é com esse trabalho que ele tem devolvido a alegria de milhares de pessoas.
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“Na parte odontológica Brasil e África são muito parecidos. Tem gente que nunca pisou num consultório”, conta o dentista. E com cinco anos de trabalho mais de 10 mil pessoas já foram atendidas, aqui no país e também no continente africano. “Trabalho social na odontologia a gente pensa que é entregar escova de dente e fazer uma limpeza, cuidados de prevenção. Só que a ideia é levar o que de melhor tem no consultório. A gente faz canal, próteses, cirurgia, restaurações”, esclarece Felipe.
Ele diz que viu coisas que a maioria da população nem imagina. “Uma escova de dentes para uma família inteira, pessoas com 30, 40 anos que nunca foram ao dentista, pessoas fazendo bochecho com álcool para arrancar dente com alicate”, revela. A ONG leva odontologia e medicina de qualidade para regiões pobres em todo o Brasil e, eventualmente, na África.
O projeto é itinerante e, pelo menos uma vez por mês se desloca até quem precisa. Em alguns locais, de difícil acesso, a ação dura quase uma semana. “Dá muito mais trabalho a organização do que o atendimento em si. Para uma ação acontecer levamos 3 toneladas de equipamento para uma cidade e montamos de 20 a 30 cadeiras odontológicas”, afirma.
O projeto é encabeçado, em sua maioria, por voluntários. São cerca de 6 mil cadastrados e mil que já participaram efetivamente das ações. E mais do que reconstruir sorrisos, a ideia é devolver a dignidade a quem não tem dinheiro nem para pegar ônibus ou comprar comida. “A Por 1 Sorriso quer ajudar essas pessoas a se reinserirem porque a gente sabe que quem não tem dente não consegue emprego”, destaca Felipe.
Pandemia
Durante a pandemia as ações ficaram paralisadas, mas a ONG continuou a ajudar. O dinheiro das doações foi utilizado para comprar mantimentos. “A gente doou mais de 50 toneladas de alimentos porque a fome não espera. A gente tentou ajudar desse jeito, mesmo não tendo nada a ver com o nosso trabalho do dia a dia”, diz. O que mantém a ONG são doações de pessoas físicas e a venda de produtos da loja virtual.
Assim que as restrições sanitárias permitirem e a vacinação avançar, a ideia é retomar os atendimentos presenciais, que, por enquanto, seguem em números mais reduzidos do que o normal. A ONG ainda pretende conseguir atender uma cidade inteira em alguma ação e montar uma carreta itinerante com laboratório, centro radiológico e espaço para fazer implantes. “A gente fala em felicidade e não existe felicidade sem solidariedade. Quando a gente faz isso pelo próximo, ajudar quem não teve a mesma oportunidade traz uma sensação de plenitude muito grande”, conclui Felipe.