Foto: Prefeitura de Cabreúva| Foto:

Para incentivar seus alunos a respeitarem os colegas, buscarem o melhor desempenho escolar e perceberem que suas ações sempre trazem consequências positivas ou negativas, o professor Manoel Eugenio Batista dos Santos, de 44 anos, lançou uma estratégia diferente. “Criei uma ‘moeda’ para usarmos na sala de aula”, conta o pedagogo de Cabreúva, no interior de São Paulo.

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As cédulas foram chamadas de “Momentos” e são entregues às crianças do 3.º ano da Escola Municipal Maestro Benedito Mesquita da Silveira quando realizam as tarefas solicitadas pelo educador ou auxiliam algum colega. “A criança pode ganhar ao ceder sua vez no parquinho, por exemplo, ou ao buscar informações além do que eu passo na sala”, relata Manoel, que já até acostumou a corrigir mais tarefas de casa do que o esperado. “Eles sabem que, se fizerem mais exercícios, receberão mais ‘Momentos’. Então focam nisso”.

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Além de adquirir mais conhecimento, cada aluno também “se controla” na sala de aula porque sabe que conversar na hora errada, brigar com outro estudante ou deixar de fazer as tarefas fará com que perca cédulas já conquistadas. “Sempre coloco no quadro uma seta para cima e outra para baixo. Aí vou anotando ali o nome dos alunos que estão ganhando ou perdendo ‘momentos’ aquele dia”, relata o professor.

De acordo com ele, todo dia há estudantes que perdem “dinheiro”, mas nem sempre eles precisam devolver suas cédulas. “Isso porque outros alunos se compadecem e colocam seus ‘Momentos’ em jogo para tirar os nomes dali”, comenta o professor, que faz perguntas a respeito da aula para essas crianças altruístas em uma espécie de Desafio do Bem: se ela errar a pergunta, entrega determinada quantia de cédulas ao professor. “Isso é muito legal porque trabalhamos o auxílio e amizade ao mesmo tempo em que eles se esforçam para lembrar o que estudaram”.

Como recompensa por tanto esforço, Manoel ainda prepara uma feira no final do bimestre com diversos brinquedos doados por comerciantes da região. “E faço questão de oferecer produtos que as crianças querem muito ganhar, porque isso as incentiva”, relata o educador.

Na última edição do evento, por exemplo, ele descobriu que os estudantes tinham vontade de comprar o pião tradicional japonês chamado de Beyblade e as mini bonecas Lol Surprise. “Consegui arrecadar metade do que eu precisava e eu mesmo adquiri o que faltou com R$ 150”.

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Só que esses “brinquedos especiais” são oferecidos em pequena quantidade na feira e, por isso, os 25 alunos precisam se dedicar muito para conquistar a maior quantidade possível de cédulas e garantir a melhor compra. “Dessa forma, consigo dar o melhor conhecimento para essas crianças, que é o que vale mais”.

A ideia

Segundo o educador – que é formado em Pedagogia há apenas cinco anos –, a ideia foi baseada no tempo em que trabalhou no setor de Qualidade de uma empresa de construção civil. “Lá eu conseguia bons serviços no melhor tempo possível quando oferecia alguma resposta financeira aos funcionários. Afinal, quem não quer ganhar um pouco melhor?”, questionou.

Por isso, decidiu testar a estratégia de forma didática dentro de sala de aula e se surpreendeu com os resultados. “Sempre há alunos que têm mais dificuldade, mas, de maneira geral, todos estão muito mais focados do que antes”.

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Além disso, os pais perceberam mudanças no comportamento dos filhos em casa e aproveitam a ideia para conversar com eles. “A família acaba sabendo tudo da vida escolar da criança ao ouvir o que ela tem para contar sobre os ‘Momentos’ que ganhou ou perdeu aquele dia”, afirma o professor, que também espera ver os resultados do trabalho no futuro.

“Meu desejo é que, quando alcançarem uma idade mais avançada, esses alunos continuem buscando conhecimento e amando os demais da mesma forma que fazem hoje. É isso que tento implantar no coraçãozinho deles”, finaliza.

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