Há 10 anos envolvida em causas sociais e ambientais, Claudia descobriu no microvoluntariado, um jeito de não parar durante a pandemia.| Foto: Arquivo pessoal/Claudia Guadagnin
Ouça este conteúdo

Descrever imagens para pessoas com baixa visão, traduzir relatórios e documentos, desenvolver projetos em ONGs, ajudar no combate às fake news. São muitas as formas de praticar o “microvoluntariado”, ações solidárias que exigem pouco tempo de dedicação e que podem ser feitas à distância – uma tendência trazida pela pandemia de Covid-19.

CARREGANDO :)

Spoiler: No fim desta matéria tem uma pequena lista com lugares para fazer microvoluntariado.

Siga o Sempre Família no Instagram!

Envolvida, há pelo menos 10 anos, em causas sociais e ambientais, a jornalista curitibana Claudia Guadagnin descobriu no microvoluntariado um jeito de não parar. “Eu sempre andei com pacotes de ração no carro para o caso de encontrar algum animal na rua precisando de comida. Só que como passei a ficar mais em casa [por conta do isolamento], essa ação acabou sendo prejudicada”, conta.

A ideia, então, foi reunir alguns amigos e criar uma campanha de financiamento coletivo com foco nos bichinhos abandonados da cidade, a “Focinhos Carentes”. “Assim, eu aumentaria a ajuda, as pessoas não precisariam depositar dinheiro na minha conta e ainda seria algo mais transparente para eu divulgar”, explica a mobilizadora.

A vaquinha online estará disponível até novembro, sem um teto de arrecadação pré-estabelecido. O que entrar, no entanto, já tem destino certo. “A gente imagina comprar ração e investir na confecção de roupinhas e mantas. Mas, também vamos ver as necessidades da entidade que será beneficiada”, diz Claudia ao revelar que as doações vão para a Delegacia de Proteção Animal de Curitiba.

Publicidade

Gesto concreto

E para quem acha que voluntariado online não conta, o psicólogo Ivo Carraro, da Uninter, garante que os efeitos sociais (e individuais) são os mesmos das ações presenciais. “O que importa é que a minha realidade [de boas práticas] esteja sendo projetada no meio externo e que esteja criando essa corrente do bem”, ressalta. 

É que diferentemente da cadeia de estímulos sensoriais – que absorve os fatores externos e os transforma em sensações – a solidariedade ativa um sistema único no nosso cérebro que faz justamente o caminho inverso: cria os sentimentos de dentro para fora, segundo Ivo. “A compaixão é a prática que liga o circuito da gentileza, da empatia. E quando a pessoa faz isso [de ajudar o outro], tem uma sensação de pertencimento. Se instala nela uma onda de prazer, de harmonia, de bem-estar e de paz”, afirma.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

O especialista também entende a solidariedade não “só” como uma virtude, mas como um estado de espírito. “Todos nós estamos ligados por uma energia muito forte, que eu chamo de espiritualidade. Se alguém sofre, eu também sofro. E se eu faço o bem para alguém que se beneficia com a minha ação, eu também saio ganhando”, comenta.

Para participar

Ficou interessado em praticar o microvoluntariado? Nós separamos algumas opções para você:

  • ONU: com algo em torno de 12 mil novas inscrições por ano, a Online Volunteering, banco de iniciativas da Organização das Nações Unidas (ONU), está sempre atrás de novos voluntários. As atividades são 100% online e vão desde a tradução de artigos, desenvolvimento de projetos até a organização de eventos.
  • Olhos solidários: já o Be My Eyes captura o poder da tecnologia para criar conexões humanas. Usando chamadas de vídeo, o aplicativo permite que pessoas cegas ou com baixa visão sejam orientadas por quem enxerga. O auxílio visual pode ser usado, por exemplo, para combinar as peças de roupa na hora de sair, checar se as luzes da casa ficaram acesas ou mesmo preparar o jantar.
  • Atados: outra plataforma de voluntariado, a Atados, também oferece vagas para trabalho solidário à distância nos mais diversos segmentos. Nela, é possível selecionar as oportunidades filtrando por localização, causas específicas (Meio Ambiente, Política, Crianças, Educação e Combate à pobreza, entre outras), habilidades ou disponibilidade. A iniciativa reúne mais de 155 mil voluntários e conta, hoje, com 2.604 ONGs cadastradas.
Publicidade