“Certo dia, em uma floresta, houve um grande incêndio. Os animais começaram a correr procurando escapar das chamas. Ao contrário do restante dos animais, o beija-flor voava até o lago, colocava algumas gotas de água no bico e as atirava no fogo. O leão, rei da floresta, intrigado com aquela situação perguntou-lhe: beija flor, achas que vais conseguir apagar o incêndio com estas gotas? O beija-flor respondeu: com certeza não! Mas estou fazendo a minha parte.”
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Inspirados nesta fábula, o Instituto Beija-flor (IBF) busca acolher e dar protagonismo a crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, em situação de extrema vulnerabilidade social, de Colombo, no Paraná, conta Neide Sosvianin, fundadora do instituto.
“Queremos ajudar crianças e adolescentes a desenvolver habilidades cognitivas, emocionais e sociais para que elas tenham autonomia e possam ser agentes de transformação da própria vida e da comunidade em que elas estão inseridas”, conta a fundadora do instituto, que oferece atividades educacionais, esportivas e artísticas no contraturno escolar, além de oferecer refeições nutritivas.
Transformando vidas
As crianças e adolescentes atendidos pelo instituto são encaminhadas pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município. Somado ao encaminhamento municipal, a assistente social do IBF realiza uma entrevista complementar visitando a casa das família para entender a realidade em que vivem.
“Prestamos um serviço contínuo para as crianças e suas famílias. Diariamente, de segunda a sexta-feira, oferecemos refeições, atividades pedagógicas e musicais, com apoio psicológico”, explica Neide. Ela acredita que com o trabalho contínuo, persistente e de longo prazo poderão ser impactadas as vidas dessas crianças para realmente criar uma possibilidade de transformação futura.
Além das crianças atendidas pelo encaminhamento do CRAS municipal, o Instituto Beija-Flor criou um projeto de música chamado Orquestra de Cordas, em que recebe crianças das comunidades de Colombo e de cidades vizinhas interessadas em música. “A música é um caminho importante para promover essas transformações e, por isso, estimulamos a musicalização, principalmente através da erudita”, explica Neide, ao contar sobre a formação pelo instituto da primeira Orquestra de Cordas de Colombo.
Pedido da irmã
Neide e Sérgio Sosvianin, marido e sócio da fundadora, sempre acreditaram que deveriam retribuir para a sociedade a prosperidade que seus negócios criaram. Por isso, destinavam parte da renda obtida com suas empresas para o auxílio a instituições sociais.
Contudo, há 10 anos, após receberem uma carta da irmã de Neide, Maria de Lourdes (hoje falecida), decidiram criar o Instituto Beija-Flor. “Ela enviou uma carta convidando, eu e meus irmãos, a ajudar os menos favorecidos porque nossa família já experimentou a escassez material”, recorda Neide.
A partir disso, decidiram então construir o prédio para instalação da instituição em Colombo, considerando as empresas que tinham sediadas na cidade, visto a necessidade de transformação em várias regiões pobres do município. “Atendemos crianças que nunca viram um prédio, apesar de morarem do lado de Curitiba. As oficinas e os passeios que promovemos no IBF, aliados à música, ajudam estas crianças a enxergarem-se como agentes de transformação do local em que moram. Isto muda a postura, dá outra perspectiva de futuro”, afirma a fundadora do IBF.
Como ajudar?
Atualmente, o Instituto Beija-Flor atende 65 crianças encaminhadas pelo CRAS, mas tem espaço físico para atender até 200 crianças e adolescentes no contraturno escolar. Para isso, contam com a contribuição mensal de forma significativa de parceiros e voluntários.
O Instituto é uma das entidades credenciadas que pode receber recursos via declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física. Para tanto, o IBF orienta os passos em seu próprio site.
Além das doações por meio do imposto de renda, é possível doar através de notas fiscais, PIX, conta de luz, material escolar, com serviços de jardinagem ou serviços elétricos, reparos em móveis e equipamentos e triagem de doações do bazar.
Quem quer doar seu tempo com trabalho voluntário, deve fazer um cadastro no próprio site do instituto, na página do Voluntariado. Assim, o instituto pode indicar maneiras de contribuir com a assistência das crianças e adolescentes.
