Com a massa nas cores azul e amarelo, e a palavra “Peace” pintada ao redor, o “pão da paz” tem chamado a atenção dos italianos desde o último dia 8 de março, garantindo mais de 2 mil euros para ações solidárias que apoiam refugiados ucranianos. “Inventei uma forma de dar minha contribuição”, relatou o padeiro Matteo Cunsolo em entrevista ao jornal Corriere Della Sera, de Milão.
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Segundo ele, a ideia surgiu depois de ver imagens de refugiados da guerra na Ucrânia cruzando a fronteira polonesa. A reportagem de tevê mostrava crianças cansadas e famintas que recebiam uma bebida quente e um pedação de pão dos socorristas. Diante da cena, ele decidiu preparar biscoitos que acompanhassem aquele lanche como demonstração de carinho àquelas pessoas. “Nessas condições atrozes, o sabor doce de um biscoito poderia dar a uma criança alguns minutos de normalidade”, afirmou.
No entanto, ele sabia que era necessário fazer muito mais do que apenas biscoitos. Por isso, pensou em vender algo atrativo e comovente para arrecadar fundos para os refugiados. E o produto escolhido foi sua especialidade. Afinal, “o pão une os povos”, escreveu o homem de 40 anos em seu Instagram, ao apresentar o “pão da paz”.
Usando açafrão para obter a cor amarela e chá de uma flor chamada Ervilha Borboleta – também conhecida como feijãozinho azul –, o homem conseguiu preparar a massa nas cores da bandeira ucraniana. Além disso, estampou na casca do produto diversos pedidos de paz usando um spray à base de manteiga com os mesmos ingredientes coloridos acrescentados à receita. O quilo do pão começou a ser vendido por 12 euros, e o resultado surpreendeu.
“Não há quem não pare para olhar”, comemorou o padeiro, ao citar ações de alguns clientes que o emocionaram. “Uma senhora, por exemplo, comprou quatro euros de pão, mas depois doou vinte euros para o povo ucraniano”, relatou. Além disso, uma criança pediu "um euro de pão ucraniano" porque também queria contribuir. “Essa foi sua gota no mar, e não devemos esquecer que o mar é feito de gotas”, disse Cunsolo.
Entrega das doações
De acordo com ele, os pães são produzidos diariamente e o valor arrecadado tem sido entregue ao clube “Giuseppe Maggiolini”, que iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para vítimas da guerra. Além disso, o padeiro recebeu doações de alimentos, roupas, fraldas e outros itens de necessidade para os refugiados, e afirmou que levará tudo pessoalmente até a fronteira entre Ucrânia e Polônia. Inclusive, “estou contatando colegas padeiros de toda a Itália para que também possam enviar pães e biscoitos”, finalizou.