Arquivo pessoal| Foto:

Quando João Stanganelli, de 64 anos, deu uma boneca para a neta Isabella, de três, ele não imaginou a dimensão que esse gesto tomaria. Acontece que o presente havia sido confeccionado por ele mesmo e com características únicas: feita em crochê, a boneca tinha manchas claras na pele iguais às do avô, que tem vitiligo.

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Stanganelli, que mora em Bragança Paulista (SP), começou a fazer trabalhos em crochê há pouco tempo. Foi só no ano passado que ele passou a criar os Amigurumis (nome dado a esse tipo de boneco artesanal) para ajudar sua mulher, Marilena. É que um infarto e uma bronquiolite o afastaram do trabalho como culinarista e ele precisou encontrar algo que mantivesse sua mente ativa.

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Para treinar o ponto, Stanganelli então pensou em fazer o presente para a Isabella. “Quis fazer algo para que ela sempre lembrasse de mim e, como tenho vitiligo, achei que seria legal colocar isso na boneca”, contou o avô coruja ao Sempre Família. Foram necessários cinco dias para que a “Vitilinda” ficasse pronta e Isabella adorou.

A mãe da menina, surpresa com a ideia do pai, compartilhou então uma foto em sua rede social. “Minha filha escreveu um texto junto com a imagem e a história explodiu na internet”, lembra o agora artesão. Foi aí que a Vitilinda ficou famosa e as encomendas de Stanganelli e Marilena aumentaram. “Não tem no mercado um produto como esse e como a recepção na internet foi boa, resolvemos fazer mais”, diz.

Bonecas de valor

Mas muito além do valor comercial, as bonecas com vitiligo têm um forte valor social, ao ajudar a elevar a autoestima de crianças com algum tipo de deficiência. “As mais pedidas até hoje são as Vitilindas, mas criei também a boneca cadeirante, a com dermatite atópica e com psoríase”, conta ele. No total, 200 bonecas nesses moldes já foram feitas para a venda e algumas também para doação.

Com o reconhecimento de seu trabalho, Stanganelli tem feito diversas palestras pelo Brasil contando da importância da inclusão e o impacto de seu trabalho na vida das crianças. “Tudo o que nos pedem que tenha relação com representatividade, a gente faz da melhor forma possível”, completa.

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