Reprodução/i44News| Foto:

Ao colocar a mão no bolso para verificar o valor que havia recebido de gorjeta, o frentista Gean Lucas dos Santos, de 20 anos, levou um grande susto. “O dinheiro que o cliente havia me dado estava enrolado e, no meio das notas de R$ 5 e de R$ 2, achei uma de R$ 100”, contou ao Sempre Família.

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O colaborador tentou localizar o motorista assim que percebeu o equívoco, mas o homem já havia saído do posto e não seria fácil reencontrá-lo. “Ele comentou que estava indo para Araçatuba, em São Paulo. Então, dificilmente passaria por aqui de novo”, relatou o colaborador de Luiziana, no norte do Paraná.

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Mesmo assim, Gean guardou o valor no caixa do posto e avisou a equipe que devolveria a nota ao cliente. “Alguns até falaram para gastarmos os R$ 100, mas eu disse que não”, contou o rapaz. “Eu sabia que aquele dinheiro era de outra pessoa”, completou.

O que ele não imaginava é que, em apenas 24 horas, reencontraria o dono da cédula e que esse homem ainda não havia percebido o erro.  “Quando o motorista parou de novo no posto, não o reconheci porque estava com um carro diferente. Mas como ele é bem simpático, perguntou se eu não lembrava dos clientes e eu já o identifiquei”, disse o frentista.

Sem comentar a respeito da gorjeta, Gean realizou o atendimento e aproveitou o momento em que o cliente pagava o combustível para, então, buscar o valor e lhe entregar. “Eu estava voltando do caixa, quando aquele frentista bateu nas minhas costas com R$ 100 na mão e falou que precisava me devolver. Achei que era pegadinha”, relata o empresário catarinense Dilvar Campos, que até olhou para os lados à procura de outros envolvidos na “brincadeira”.

“Quando eu estava voltando do caixa, aquele frentista bateu nas minhas costas com R$ 100 na mão e falou que precisava me devolver. Achei que era pegadinha”, relata o empresário.

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Morador de Chapecó, em Santa Catarina, Campos tinha ido até o município de Araçatuba para negociar um carro e, por coincidência, havia parado no mesmo posto durante os trajetos de ida e volta. “E eu lembrava que havia dado uma gorjeta de R$ 9 para aquele rapaz porque ele tinha sido muito prestativo”, conta.

Só que o valor entregue ao jovem de 20 anos na noite do dia 29 de abril foi bem mais alto. “Ele explicou que eu tinha deixado R$ 107 porque entreguei junto com as notas de R$ 5 e de R$ 2 uma daquelas de R$ 100 mais antigas, que são menores”. Nesse momento, o homem recordou que havia pego as cédulas rapidamente em sua bolsa e que elas estavam enroladas. “Acabei entregando o dinheiro por engano e ele foi honesto”.

Emocionado com a atitude do frentista, Campos decidiu deixar a gorjeta de R$ 100 para o jovem e ainda publicou um vídeo em suas redes sociais elogiando o paulista. A postagem recebeu centenas de compartilhamentos e conquistou mais de 5 milhões de visualizações, tornando a história conhecida em todo o Brasil. “Eu tinha que registrar porque achei aquilo incrível. Esse menino é um exemplo e mostra às pessoas que ainda existe esperança”, afirmou.

Segundo ele, além da honestidade incomum, Gean ainda demonstrou muito comprometimento com o trabalho. “Assim que apontei com o carro, por exemplo, ele já levantou do banco em que estava com os outros rapazes e veio na minha direção, muito disposto”, relatou. “Ele merece todo esse reconhecimento, com certeza”.

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Futuro advogado

Gean mora com a família na zona rural do município de Bourbonia Ferraz, a 14 quilômetros de Luiziana, e sonha em estudar Direito. No entanto, não tem condições financeiras para isso. “Minha mãe trabalha como doméstica, meu pai ajuda a roçar o pasto de alguns vizinhos e eu trabalho no posto. Então, não dá para pagar uma faculdade”, contou o rapaz, que não desiste do objetivo. “Na hora certa, eu vou conseguir”, finaliza.

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