Tudo que um professor deseja é poder oferecer a melhor experiência educativa para os seus alunos, e é claro que para isso uma boa formação profissional conta muito. Só que há inúmeras realidades, que muitos dos que moram nas grandes cidades sequer se dão conta de que existem, em que o acesso à formação é um enorme desafio.
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Pense, por exemplo, em Guaraqueçaba, no litoral do Paraná, um município com 7,5 mil habitantes, distante 172 km de Curitiba, e com uma enorme área de 2 mil km². Uma das comunidades do município, Itaqui, fica a uma hora e meia de barco da sede, ou a três horas de carro. O que mudou a realidade dos professores que trabalham na escola local, que atende cerca de 50 crianças e adolescentes, foi a possibilidade de formar-se à distância.
Uma nova realidade
O casal Tatiane de Lara França e Edenilson de Lara Gonçalves cresceram na comunidade e estudaram na mesma escola onde hoje dão aula. Com a chegada da internet via satélite na comunidade há cinco anos, eles finalmente viram a possibilidade de cursarem o ensino superior, através da modalidade de Educação a Distância (EaD).
Os esposos estão prestes a se formar em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional Uninter. Gonçalves, porém, já tem uma graduação e uma pós-graduação em Geografia, também pela Uninter, e atua como professor da rede estadual na comunidade.
“Vi na Educação a Distância uma oportunidade de mudar minha realidade”, comenta Tatiane. “Escolhemos a licenciatura, pois é a profissão que nos permite trabalhar localmente e ajudar a nossa comunidade. Passamos por grandes desafios, muitas vezes falta merenda, materiais escolares essenciais e até mesmo segurança, mas nosso propósito com a educação é maior do que os problemas”.
Atrás dos sonhos
Já a professora Josiane dos Anjos Dias Pereira mora na comunidade de Sibuí, distante também uma hora e meia de barco do centro do município, mas em outra direção. Ali, os desafios para levar educação à comunidade local são ainda maiores: a região não possui energia elétrica e seus moradores dependem de placa solar. Em períodos longos de chuva, todos ficam no escuro. A internet funciona via satélite, mas depende da eletricidade.
Para conseguir terminar os estudos, ela teve que deixar Sibuí e ir morar na casa de parentes em Guaraqueçaba, pois na época a escola local não oferecia o ensino médio. Logo depois, ela foi trabalhar de doméstica para conseguir pagar a faculdade.
Hoje ela já é formada em Pedagogia, tem uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento e agora cursa a segunda licenciatura, em Letras. De volta a Sibuí, ela dá aula de manhã para crianças da educação infantil e do fundamental I, e à noite pega um barco e após 30 minutos de viagem está em Tibicanga, a ilha vizinha, onde atua no EJA (Educação de Jovens e Adultos).
“Graças à EAD eu consegui meu diploma. Além de ser uma modalidade mais econômica, eu não precisava me deslocar diariamente até uma cidade maior para estudar”, conta. “É muito gratificante fazer parte da formação das crianças e adolescentes da minha comunidade. Eu, como professora, tenho a missão de ajudá-los a alcançar seus sonhos e escolherem o melhor caminho”.