A paixão pela dança fez do paranaense Valdinei Mocelin, de 34 anos, um dançarino obstinado que se tornou exemplo para muita gente com seu histórico campeão. Mas para realizar esse sonho de infância, ele teve que superar diversas dificuldades.
Aos dois anos ele foi deixado pelos pais biológicos no Hospital Evangélico, em Curitiba, após sofrer um acidente que desfigurou seu corpo e deixou sequelas em sua mão esquerda. Por um lado, esse episódio é realmente chocante, mas por outro, sua história de superação é capaz de transformar vidas.
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Nem mesmo o preconceito enfrentado por causa das cicatrizes das queimaduras atrapalhou seus planos. Edy Style, como é conhecido internacionalmente, até passou por alguns procedimentos cirúrgicos, mas aprendeu a lidar com sua diferença e aceitou a aparência com o tempo.“Aos nove anos vi, pela primeira vez, uma apresentação do rei do pop, Michael Jackson, e fiquei hipnotizado. Desde então, sou um dos milhares de pupilos que ele tem pelo mundo”, diz o dançarino.
“Quando eu danço quero mostrar para as pessoas que elas podem fazer tudo aquilo que elas quiserem desde que se dediquem a isso”
Foi nessa época que ele arriscou os primeiros passos na dança urbana, inspirado pelo ídolo, e aos poucos ganhou espaço nesse segmento. Aos 15 anos, Edy começou a ensinar dança e se apaixonou pela profissão. Por isso, resolveu estudar Educação Física e depois de se formar passou a ensinar a arte da dança e de como conviver bem com as diferenças. “Eu me aceitei assim, mas muitas pessoas não conseguem o mesmo e por isso encontram barreiras em suas vidas. Quero motivar mais pessoas com meu exemplo de vida”, conta.
Requisitado em muitos eventos no país, por sua história de superação, Edy tem colecionado vitórias. Em 2016, por exemplo, ele garantiu o vice-campeonato mundial do ritmo angolano kizomba. E antes disso, em 2013, o mundo conheceu seu carisma no programa Got Talent Brasil. “Ganhei muita visibilidade com essa experiência. Tudo isso me transformou na pessoa que sou hoje”, afirma ele.
Agora, ele pretende colher outro frutos com seu dom. “Falo mais dançando do que conversando. Mas acho necessário contagiar ainda mais gente por meio dessa forma de expressão que encontrei para me ajudar a superar tantas coisas”, comenta. Por esse motivo ele está planejando dar palestras pelo Brasil, nos próximos anos. Além disso, há pouco tempo ele lançou o e-book “Musicalidade para dançarinos”.
O papel da família e a luta contra o preconceito
Edy nasceu em Ivaiporã, no norte central paranaense, e depois que foi abandonado pelos pais biológicos foi adotado pelos curitibanos Armando Mocelin, de 79 anos, e Tereza Mocelin, de 75. São eles a maior inspiração do dançarino. “Michael pode ser meu ídolo, mas meus pais adotivos são meus maiores exemplos”, considera. “Eles sempre me apoiaram em todos os meus projetos e, independentemente de tudo, sempre me assistiam nas apresentações”, lembra.
Para alcançar seus maiores objetivos, desde a infância ele lutou para deixar o preconceito de lado. “Quando era pequeno lidava de uma forma. Levo tudo na brincadeira desde sempre. Quando cresci, aprendi a simplesmente deixar pra lá. Não sou de guardar rancor”, destaca. “A dança me preparou para isso. Sempre dancei e, consequentemente, acabei me destacando. Dessa maneira, as pessoas se aproximavam mais de mim”, revela o artista, que completa: “Quando eu danço quero mostrar para as pessoas que elas podem fazer tudo aquilo que elas quiserem desde que se dediquem a isso”.
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