Wanja Mwaura, de 32 anos, não via seu amigo de infância Patrick Wanjiru, de 34, há 15 anos quando cruzou com ele em uma cidade perto de Nairóbi, a capital do Quênia, no início de outubro. Mas Wanja mal reconheceu Hinga – o apelido de Patrick – quando ele gritou o seu nome: o jovem tinha passado os últimos dez anos morando nas ruas e estava desfigurado pela dependência química.
Mesmo assim, no reencontro, Wanja insistiu em levá-lo para almoçar. Em um restaurante, ela pediu o prato que lembrava ter sido o favorito de Hinga: costelas de porco com purê de batatas. Ela ficou sabendo que, quando a avó do rapaz morreu, não teve condições de arcar com as taxas escolares. Apesar das boas notas, Hinga precisou abandonar os estudos e a sua família foi despejada. Acabou caindo nas drogas, fazendo uso, principalmente, de heroína.
Casal se separa uma semana antes de se casar e deixa a festa para 150 sem-teto
“Eu lhe dei meu número de telefone celular e disse para ele me ligar se precisasse de alguma coisa”, contou Wanja à BBC. A enfermeira, que conhecia Hinga desde os 7 anos de idade, estava a caminho do mercado. Poucos dias depois, o jovem ligou para a amiga e disse que estava disposto a fazer de tudo para se libertar das drogas.
Mesmo sem saber ainda como pagaria pelo tratamento, Wanja o levou para um centro de reabilitação, onde ele ganhou peso e melhorou a sua concentração. “Há uma semana, Hinga e eu não conseguíamos manter uma conversa normal sem que eu tentasse segurar sua cabeça com a mão para que ele me escutasse. Hoje, podemos conversar com ele olhando para mim com confiança”, escreveu Wanja em uma publicação no Facebook.
Campanha
A enfermeira pediu ajuda aos seus contatos nas redes sociais para arrecadar fundos para a reabilitação de Hinga, mas inicialmente o esforço foi insuficiente. “Nós criamos uma página de crowdfunding, mas só conseguimos arrecadar cerca de 41 mil xelins do Quênia (R$ 1,2 mil) inicialmente. No entanto, o custo de nove dias de reabilitação no Centro Médico Chiromo Lane em Nairóbi é mais de 100 mil xelins (R$ 3 mil)”, disse Wanja.
Isso até o último dia 19, quando o empresário Fauz Khalid compartilhou a história em seu perfil no Twitter, onde ela viralizou. Com a repercussão, o Centro Médio Chiromo Lane decidiu custear por conta própria o tratamento do jovem.
De acordo com um porta-voz do programa de reabilitação, Hinga foi um paciente dedicado e comprometido com a desintoxicação, em um processo que durou nove dias. No entanto, para Wanja, esse programa é só o começo. Ela agora voltou a arrecadar fundos para que seu amigo possa continuar a reabilitação em um programa de 90 dias no Centro Retreat Rehabilitation, onde está atualmente.
Com informações da BBC.
***
Recomendamos também:
***
Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter.