Adam e Toni gerenciam juntos a Hard Luck Automotive Services| Foto: Adam Ely

Tamesha Reyes, moradora de Moore, no estado norte-americano de Oklahoma, virou a chave do seu Hyundai 2011 em uma manhã do primeiro semestre deste ano, para levar seu filho à escola, mas o carro não deu partida.

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Um funcionário da companhia de seguros de automóveis veio à sua casa e disse que ela provavelmente precisaria de um novo motor de arranque ou de um alternador, mas ambos são bem caros para adquirir e instalar. Ela ficou desesperada.

Veterana da Força Aérea, Tamesha, de 39 anos, não estava trabalhando porque havia voltado para a faculdade, a fim de se tornar professora de inglês. Além disso, ela cuidava do filho sozinha.

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“Não tinha dinheiro para um conserto caro”, conta ela, que usava o veículo para levar o filho para a escola e para se deslocar até a faculdade. Foi quando um amigo lhe falou de um serviço de reparos automotivos sem fins lucrativos chamado Hard Luck Automotive Services, gerenciado pelo casal Adam e Toni Ely.

Tamesha entrou em contato com eles e Adam foi até a sua casa na manhã seguinte com a sua caixa de ferramentas, deu uma olhada no carro e confirmou que era necessário um novo motor de arranque.

“Vamos achar um por um preço bacana”, disse ele a Tamesha. E acrescentou que o serviço não tinha custo. No total, ela gastou US$ 200. “Não podia nem acreditar”, diz.

Quando Adam levou ela e o seu filho de 9 anos, Tysen, para tomar um sorvete, uma amizade havia começado. “Não consigo agradecer o suficiente por tudo que ele fez. Ele é uma bênção”, diz Tamesha. “Sem ele não sei o que eu teria feito”.

Cuidado com o próximo

Esse é o tipo de coisa que Adam ouve desde que decidiu se dedicar ao conserto de carros sem cobrar, em 2017, quando percebeu que o carro de uma amiga de sua filha estava com problemas.

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“Falei: ‘Ei, vamos consertar isso aí’ e ela me disse que gostaria, mas que custaria um dinheiro que ela não tinha”, lembra Adam, de 40 anos. “Disse a ela que consertaria de graça. No fim, custou US$ 65, por causa das peças, em vez dos US$ 400 previstos”.

Naquele fim de semana, Adam refletiu sobre a questão e contou à esposa que gostaria de ajudar outras pessoas que tivessem problemas com seus carros. Toni achou uma ótima ideia e se dispôs a ajudar.

Adam fez um anúncio no Facebook e surgiu a ideia para a Hard Luck Automotive Services. Toni seria a responsável pelas relações públicas e pela arrecadação de fundos através da venda de camisetas, enquanto o marido estaria à frente dos reparos.

Ex-paraquedista e mecânico de helicópteros do Exército, Adam desenvolveu asma, perda auditiva e estresse pós-traumático no Afeganistão, onde serviu por quatro anos. Desde 2007, ele recebe assistência financeira federal, que complementa os pagamentos que ganhou como mecânico de aeronaves civis depois de voltar para casa.

Como Toni, de 35 anos, trabalha – ela é gerente de um programa na Base Aérea de Tinker –, eles decidiram que conseguiriam sobreviver financeiramente se Adam deixasse seu trabalho para se concentrar no Hard Luck. “Fez sentido para nós”, diz Adam, que aprendeu sozinho a consertar carros, como um hobby, na juventude.

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“Quando comecei os consertos gratuitos, eu fazia isso no meu tempo livre, quando não estava trabalhando com aeronaves”, conta. “Mas logo meus dias de folga estavam mais ocupados que meus dias de trabalho. Era óbvio que havia muitas pessoas precisando de ajuda”.

“Muitas famílias estão a um conserto de carro de uma catástrofe financeira”, diz Adam. “Se o motor ou a transmissão estragar, trata-se uma conta de US$ 4 ou 5 mil. O que fizemos foi tirar o intermediário. Traga-me o seu carro e vamos ver se conseguimos consertá-lo de um jeito barato. Vou analisar todas as opções sem cobrar um centavo”.

Corrente do bem

Depois que a Hard Luck começou a ficar conhecida, uma loja de peças de automóveis da região passou a oferecer descontos para os clientes de Adam e Toni. “As pessoas têm sido incríveis. Ganhamos ferramentas e temos um soldador voluntário à disposição”, conta Adam, que atende de 25 a 30 clientes por semana, em uma rotina de 40 horas semanais de trabalho.

Além disso, vários adolescentes que desejam trabalhar como mecânicos frequentemente se põem à disposição para, no contraturno da escola, terem algumas aulas práticas com Adam. “Dou a eles um ambiente seguro com ferramentas de qualidade e alguém que lhes mostre o caminho. Fico entusiasmado com o desejo deles de serem mecânicos. Precisaremos muito deles”, comenta ele.

Um desses mecânicos juniores se sentiu inspirado pelo bem que testemunhou: Tysen, o filho de Tamesha. No dia em que consertou o carro da mãe, Adam permitiu que Tysen fosse seu assistente. “Tysen perguntava de tudo a ele, e Adam pacientemente explicou cada coisa e pediu que meu filho fosse lhe passando as ferramentas necessárias”, lembra Tamesha. “Agora quase todo dia Tysen me diz: ‘Quero ser mecânico como o Sr. Adam’”. Para Adam, é o maior dos elogios. “Isso alimenta a minha alma”, diz. “É o melhor salário que eu já recebi”.

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