Marcos Perez, morador do estado norte-americano do Texas, nasceu prematuro e precisou urgentemente de uma transfusão de sangue. “Naquela época, não existiam bancos de sangue, então meu pai teve que pedir para a família e amigos doarem sangue para mim. Foi um de seus amigos que salvou minha vida ", disse Perez à CNN.
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Bastou uma doação de sangue para salvar a vida de Perez, e a generosidade dos amigos de seu pai fizeram com que ele desejasse retribuir também. Hoje, 37 anos depois da primeira doação que Perez fez ainda quando estava na escola, ele comemora sua 962ª doação. “Se não fosse aquela doação, eu não teria realizado tantas coisas e nem ajudado tantas pessoas. Tenho esposa, tenho um filho e agora estou aposentado. Essa única doação me deu 60 anos de vida”, disse Perez.
Perez doou sangue pela primeira vez quando ainda estava no colégio e depois de servir por quatro anos na Força Aérea dos Estados Unidos, começou a doar plasma e plaquetas regularmente, como forma de continuar servindo sua comunidade. "O Sr. Perez é um caso incomum porque você não tem muitos doadores de mais de 100 litros", disse Roger Ruiz, especialista em comunicações corporativas de uma empresa que conecta doadores a necessitados. "Ele está salvando vidas todos os dias", completou.
Perez doa plasma e plaquetas em vez de sangue total porque isso permite que ele doe até 24 vezes por ano. O norte-americano conta que planeja continuar a doar a cada duas semanas até que digam que "você não pode mais" e espera que outros sigam seu exemplo.
De acordo com o Centro de Sangue e Tecidos do Sul do Texas, seu sangue ajudou mais de 3.000 pessoas. "Um homem não pode fazer isso sozinho. Precisamos todos trabalhar juntos. Se todos trabalharmos juntos e todos forem doar, essas prateleiras estarão totalmente abastecidas", acredita Marcos. "A história do senhor Perez é muito comovente e emocionante porque você sabe o motivo pelo qual ele faz isso: uma doação salvou sua vida", disse Ruiz.
Herói sem capa
No mundo inteiro o último ano foi particularmente difícil para os bancos de sangue que tiveram por muitas vezes seus estoques zerados, em decorrência da falta de doadores acarretada pela pandemia da Covid-19.
Ruiz diz que, assim como no Brasil, os bancos de sangue em todo os Estados Unidos, não apenas no sul do Texas, onde Perez mora, precisam desesperadamente de doações. "As doações de sangue foram canceladas por causa do distanciamento social, a pandemia realmente nos prejudicou", disse Ruiz. "Definitivamente, precisamos de mais pessoas como o senhor Perez para dar um passo à frente e doar"
Ruiz lembra que não é necessário ser um atleta de alta performance ou super-herói para fazer a diferença. Tudo que você precisa fazer é fazer um esforço e doar. "Nem todos usamos capas, mas esta é uma maneira de sermos heróis para nossa comunidade".