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Um dia, quando tinha três anos, a norte-americana Jodie Graves desmaiou no jardim da infância. Foi a primeira de uma série de convulsões que levaram ao diagnóstico de uma doença rara, a encefalite de Rasmussen, caracterizada pela inflamação crônica de um dos lados do cérebro. A solução proposta pelos médicos foi insólita: retirar metade do cérebro da garota.

Os pais, não sem uma alta dose de ceticismo, resolveram acatar a sugestão – as convulsões já eram muito frequentes, a cada três minutos, e Jodie caía continuamente para o lado esquerdo. A cirurgia aconteceu e o resultado é que as convulsões cessaram e hoje, 25 anos depois, Jodie leva uma vida normal. Casada há quatro anos e vivendo de maneira independente, a única sequela é que ela teve parte da mobilidade do lado esquerdo do corpo prejudicada.

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“Fico muito feliz de que meus pais fizeram o que fizeram, pois nunca estaria onde estou hoje se tivesse feito a cirurgia depois ou tivesse esperado mais”, disse ela à BBC. “Sou uma pessoa muito otimista e várias vezes brinco que eles tiraram o lado malvado do meu cérebro e só deixaram o feliz”.

“Na primeira infância, o cérebro está em um de seus estados mais plásticos. Sendo assim, se você o alterar nesse momento, talvez haja uma maior capacidade para o órgão reorganizar suas funções”, explica Amy Bastian, professora de Neurociência e Neurologia na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Maryland, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos.

“Se você me perguntasse 25 anos atrás se seria possível remover metade do cérebro e continuar vivendo, eu diria: ‘Você está maluco’”, diz a mãe de Jodie, Lynn. “Quando as pessoas me conhecem, não têm a menor ideia de que só tenho metade do cérebro”, diverte-se a jovem.

Assista a um vídeo sobre a história de Jodie:

 

 

Com informações da BBC.

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