Quando Henri e Marina Zylberstajn compareceram ao hospital para um ultrassom de rotina, na 36ª semana da gestação dela, em fevereiro deste ano, mal imaginavam que as próximas 24 horas trariam novidade atrás de novidade. Notando que o ambiente intrauterino não estava mais em condições ideais, a médica achou melhor realizar o parto naquele mesmo dia. Mas essa não foi a única surpresa: Pedro – ou Pepo, como foi apelidado – nasceu com síndrome de Down.
“Tínhamos feito todos os exames possíveis e imagináveis ao longo dos últimos 8 meses e nenhum deles apontou qualquer indício de anormalidade. O mais próximo que chegamos foi de 1 chance em 1.027, considerado algo normal”, conta Henri. “Mas meu filho foi este 1. O Pedro é especial”.
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Pego de surpresa, o casal tomou, ainda na maternidade, uma decisão que mudaria a sua vida: engajar-se firmemente na causa de pessoas com síndrome de Down. “Éramos um casal que não tinha contato com o tema e que, consequentemente, não teve a oportunidade de conhecer os benefícios que a convivência com a inclusão oferece”, explica o pai.
Assim, já nas primeiras semanas da vida de Pepo – o terceiro filho do casal –, Marina e Henri criaram a conta @PepoZylber no Instagram, compartilhando a nova rotina da família e as novas experiências que a convivência com o bebê lhes proporcionava. Aos 9 meses, Pepo já tem mais de 43 mil seguidores no Instagram.
“Esperávamos fazer com que pessoas que não conheciam o assunto passassem a ter algum contato, testemunhando que levávamos uma vida normal e feliz – mais até do que antes da chegada do nosso pequeno”, conta Marina.
A surpresa batizou também o Projeto Serendipidade – palavra emprestada do inglês serendipity, que significa “o ato de fazer felizes descobertas por acaso”. A partir do contato de Henri e Marina com diversas iniciativas de apoio a pessoas com deficiência intelectual, eles decidiram levar adiante um programa de sensibilização, conscientização e apoio financeiro e operacional.
Através do projeto, foram delineadas 15 iniciativas a serem apoiadas a partir de campanhas de financiamento coletivo, abrangendo inicialmente nove instituições. Entre as iniciativas estão desde a construção de uma Sala de Atendimento Educacional Especializado em uma escola pública, projeto da ONG Turma do Jiló, até a produção de um musical estrelado por pessoas com síndrome de Down, via Instituto Movimentarte de Teatro e Dança. É possível colaborar aqui.
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