Igreja em Curitiba leva a profissionais da saúde música, kits com livros e chocolate, e oferece apoio psicológico e espiritual| Foto: Divulgação/IBB Bacacheri
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Depois de uma tempestade é preciso ancorar em um porto seguro, para poder se recompor, fazer a manutenção da embarcação e ter alguns momentos de paz para seguir para a próxima jornada. A frase é de Claiton Marcelo Letchacoski, pastor voluntário na IBB Bacacheri, em Curitiba. Ele é autor e coordenador do projeto Ancorar, que teve início durante a pandemia do novo coronavírus.

"O nome do projeto surgiu de uma experiência que eu tive atravessando uma tempestade em alto mar, durante uma viagem de navio. Foi uma experiência bem desgastante e a única coisa que queríamos era ancorar em um porto seguro", explica ele. E é esse paralelo entre o mar e a pandemia que estamos vivendo, que fez com que Letchacoski levasse até outros pastores de sua igreja, um projeto de cuidado psicológico e espiritual.

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Mas, apesar de todo o cuidado ofertado pela IBB Bacacheri a seus membros e comunidade neste período – como a produção e entrega gratuita de máscaras, doação de cestas básicas e apoio psicológico – , Letchacoski e os outros pastores acharam que seria importante levar amor e cuidado a um público específico: profissionais de saúde e seus familiares. Afinal, são esses profissionais que estão diariamente no mar revolto dos hospitais, sendo suporte a tantos, mas nem sempre recebendo cuidado e carinho, principalmente pela rotina extenuante em que estão vivendo.

Por isso, o objetivo principal do Projeto Ancorar é ser um porto seguro aos profissionais de saúde que estão na linha de frente na pandemia, mas também com vistas no pós-pandemia, em que certamente será necessário um cuidado especial com esses profissionais. "Estamos ofertando gratuitamente auxílio espiritual, psicológico e assistência social a estes profissionais e seus familiares através da Rede de Cuidados da IBB Bacacheri, que é cuidada pelo pastor Edemilson Vieira", explica Letchacoski.

Como funciona o Projeto Ancorar?

Voluntários entram em contato com alguns hospitais e Unidades de Saúde da capital paranaense para saber da possibilidade de irem até o local e a quantidade de profissionais que lá trabalham. A partir disso, são produzidor kit especiais para serem entregues no dia da visita.

"Os recursos [para a produção dos kits] são provenientes de membros da nossa igreja e de qualquer um que entenda o projeto e o momento que vivemos. São ofertas voluntárias", afirma Letchacoski. "Acredito que só de nossa igreja, consigamos mobilizar, ainda, mais 25 pessoas entre pastores, psicólogos, membros voluntários e funcionários da própria igreja", diz.

Dentro de cada kit, embalado em uma caixa especial com o nome do projeto, vai um livro e outros materiais para apoio espiritual, dois chocolates e um folheto explicativo com números de telefone para contato sendo um fixo e outro WhatsApp, para que esses profissionais possam falar diretamente com algum voluntário da rede de cuidados da igreja, caso precise de orientação psicológica.

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A primeira visita aconteceu no dia 18 de julho, no Hospital do Trabalhador e já há uma Unidade de Saúde com visita prevista para os próximos dias. "Foi muito emocionante. O momento foi marcado pelo gesto de amor e pela música que sempre alegra as pessoas", comenta Letchacoski, ao explicar que o grupo de voluntários leva um violão e canta algumas músicas aos profissionais de saúde.

"Somos uma igreja atualizada, que rompe os paradigmas de ser uma igreja presencial para ser uma igreja conectada com as necessidades da sociedade. Queremos mostrar quem é o porto seguro aos que necessitam. Espero que o projeto se mantenha na dinâmica atual da igreja e se estenda a outras áreas", finaliza animado, o pastor.

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