| Foto: Reprodução/ Facebook Jill Valadao
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No início da semana passada, enquanto passeava pelas redes sociais, a norte-americana Sarah Firth se deparou com uma imagem que lhe partiu o coração. Na foto, uma filha segurava um quadro branco do lado de fora da janela de uma casa de repouso, na tentativa de falar com a mãe asilada. A situação chegou a esse ponto após a determinação de que idosos deveriam ficar isolados por algumas semanas afim de ficarem protegidos do novo coronavírus.

“Aquilo me fez chorar”, contou ela ao South Coast Today. “Logo pensei em todos os idosos que estão em casas assim, assustados e isolados. Pensei que eu poderia conseguir um monte de iPads para dar a eles ”, lembrou a moradora de Dartmouth, cidade localizada no estado de Massachusetts. Mas ela precisava saber da viabilidade de sua ideia até então mirabolante. Seu marido, Peter, lhe garantiu que tendo os aparelhos, a conexão entre os idosos e suas família seria fácil via chamada de vídeo.

Com a resposta positiva de Peter, era hora de buscar aliados para a campanha. E foi na amiga Jill Valadao que Sarah, que é enfermeira em escolas públicas da região, encontrou apoio. “Trabalho com geriatria e atendimento domiciliar. Atuei durante anos em casas de repouso”, disse Jill, que é fonoaudióloga. “Quando isso começou, o foco estava em como as crianças locais seriam alimentadas com escolas fechadas e isso foi resolvido. Mas as pessoas em casas de repouso são esquecidas nesses momentos”, afirmou ela.

Jill lembrou então, que em sua experiência em cuidado com idosos asilados via que os pacientes com demência costumavam ver os familiares com frequência. “Estão acostumados a este contato e é preocupante se não tiverem contato com os seus. Sinto por eles terem de passar por isso”, disse em entrevista.

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União

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Jill criou então uma página para angariar fundos via Facebook. Chamado de FaceTime for Nana, o projeto teve início no dia 17 de março com o objetivo de levantar US$ 300 (algo em torno de R$ 1500), para a compra de um iPad. O surpreendente é que no sábado (21), pela manhã, elas haviam ultrapassado os US$ 3 mil! “Nossa ideia era conseguir um iPad para uma casa de repouso e veja onde chegamos”, vibrou Sarah. “Começamos com um pequeno ato de bondade e se tornou algo muito maior. Em um mundo em que todos estão querendo defender-se a si mesmo, precisamos continuar fazendo algo pelos outros também”.

Os três primeiros iPads comprados com as doações foram entregues pelas amigas a três instituições no último sábado. “Fizemos questão de levar até as casas. As equipes de cuidadores nos receberam do lado de fora e todos nós estávamos usando luvas. Os itens foram higienizados também. Foi gratificante”, comentou Sarah. E as respostas positivas vieram em seguida.

Conectando famílias

No dia seguinte o diretor de uma das casas enviou uma mensagem para Sarah, agradecendo o gesto em nome dos moradores. O texto dizia:

“Durante um período tão difícil, esses doces gestos literalmente fazem os dias dos residentes serem melhores. Ontem, mais de 75 ligações foram feitas para famílias de nossos moradores. Esse processo manteve nossas famílias conectadas e garantiu que eles percebessem que seus idosos estão bem cuidados. Os moradores se divertem com a tecnologia e dão algumas risadas quando veem um rosto familiar no iPad.

Nosso objetivo é encontrar coisas positivas para manter nossos residentes felizes, e essa é uma das muitas coisas boas que acontecem. Hoje, nossos idosos e a equipe assistirão a apresentações de jovens artistas locais que estão doando seu tempo e seus talentos para apresentar mini-concertos em chamadas de vídeo. O presente do Ipad foi uma bênção hoje. Então, obrigada Sarah por pensar em nós”.


“Sinto que criamos um estigma em torno dos celulares e outros aparelhos digitais, porque passamos muito tempo neles e não nos faz bem. Mas, agora, são eles que nos permitirão conectar pessoas nesses tempos incertos”, explicou Jill ao dizer que gosta de sempre ver o lado positivo das coisas e que agora não tem dúvidas de que a tecnologia está a serviço do bem.

Nesta segunda-feira (23), Sarah e Jill chegaram ao valor de US$ 6 mil e deram uma pausa na arrecadação.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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