Vitor Manuel, de 6 anos, desenvolveu crise de pânico no período de repouso e ficou muito feliz ao ver sua turma em casa, no Ceará.| Foto: Arquivo pessoal/Emanuelle Lobo
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Aos poucos, os alunos da turma de 1° ano foram chegando com mochila e material escolar. No entanto, o endereço da escola era bem diferente do que estavam acostumados.

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“Combinei com os pais das crianças para que fizéssemos a aula na garagem de um colega que estava triste por ter quebrado a perna, e todos concordaram”, conta a professora Maria Fagna de Holanda, surpresa com o resultado do encontro.

“Foi muita alegria e emoção”, recorda a mãe Emanuelle Lobo, ao contar que os colegas demonstraram a saudade que sentiram do seu filho, brincaram bastante com ele e ajudaram na recuperação do menino. “Ele desenvolveu crise de pânico no período de repouso e ficou com medo de mexer a perna, mas aceitou até sentar no chão para brincar com os coleguinhas nessa aula aqui em casa”, conta a cearense.

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Durante a aula em casa, Vitor aceitou até sentar no chão para brincar com os colegas, algo que ele ainda não tinha feito por medo de mexer a perna. Foto: Arquivo pessoal/Emanuelle Lobo

Segundo ela, Vitor havia fraturado a tíbia enquanto brincava na casa de uma tia no dia 12 de março, e os médicos recomendaram que ele ficasse em casa com a perna inteira imobilizada durante um mês. “Só que isso foi muito difícil, porque ele gosta de ir à escola e de estar com os amigos”, conta a jornalista, que precisou da ajuda de um psicólogo para atender o filho de 6 anos no período de tratamento. “Ele estava bem triste”.

E o menino não era o único com saudade. Enquanto ele permanecia sozinho em casa, seus colegas perguntavam diariamente à professora como o colega estava e quando ele voltaria à sala de aula para estudarem e brincarem juntos. “A turma toda estava sentindo falta do Vitor, e eu também”, relata a educadora Maria Fagna, que decidiu procurar a mãe do menino para organizar uma aula na casa dele.

De acordo com ela, a primeira tentativa acabou não dando certo por dificuldades de agenda, mas a segunda data – 13 de abril – foi aceita rapidamente por todos os pais. “E, mesmo com a chuva forte que caiu no dia escolhido, nenhum aluno faltou”.

Assim, os 14 estudantes colocaram a conversa em dia, aproveitaram o relato do acidente do colega para falar de segurança ao brincar, tiveram uma animada aula de música e se divertiram com vários jogos. “Foi melhor do que o planejado, todos mataram a saudade e ainda saíram de lá com o coração bem quentinho”, finalizou.

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