No natal de 2013, o espanhol Alberto Cabanes foi visitar seu avô Clemente em um lar de idosos na cidade de Madri, na Espanha. Durante a visita, o avô lhe apresentou um grande amigo, Bernardo, um simpático idoso com quem Cabanes também começou uma profunda amizade. Como parte das atividades natalinas da casa de repouso, os velhinhos tiveram um momento para expressar o que gostariam de ganhar naquele natal e, na vez de Bernardo, a resposta surpreendeu a todos: “Bom, como não tive filhos, não tenho netos. Então… eu gostaria de ter um neto”. Cabanes, que estava ao seu lado, respondeu prontamente: “Eu te adoto, Bernardo!”
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Depois disso, o rapaz mobilizou algumas pessoas e começou a visitar com mais frequência a instituição, deixando os dias de Bernardo e de outros idosos mais leves e alegres. Sem esperar tamanha repercussão e proporção, o espanhol viu o projeto Adote um Avô ganhar centenas de voluntários em poucos meses. Iniciado oficialmente em 2014, o projeto já reuniu 650 “novos netos” que ofereceram mais de 12 mil horas de companhia a 325 idosos adotados em 21 cidades da Espanha e de Portugal.
Em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, Cabanes explica que o objetivo do projeto é levar companhia e alegria para tantos idosos que vivem nos asilos e não recebem a visita de nenhum familiar. “Tive a sorte de ser criado pelos meus avós e de aprender com eles valores preciosos. Ninguém merece estar só. E nos lares há muita solidão”, disse o jovem. Para ele, estar perto dos idosos é uma oportunidade de aprender com toda a sua sabedoria e até mesmo com seus olhares que contêm tantas histórias.
No Brasil
Aqui no Brasil, alguns jovens católicos do interior do Paraná também perceberam que poderiam fazer algo para diminuir a solidão dos idosos de sua cidade. Com perucas, figurinos e nariz de palhaço, o grupo de mais de 40 voluntários, conhecido como Missão Trupe, visita uma vez por semana os vovôs e vovós do Asilo São Vicente de Paulo, na cidade de Jacarezinho. “Nossa missão é sempre oferecer o amor e a alegria que às vezes faltam a eles nessa fase da vida”, afirma a missionária Raquel Theodoro, atual coordenadora do grupo.
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Os “anjos”, como são conhecidos na cidade, promovem momentos de muita descontração e amizade com os idosos. “Durante nossas missões, eles são bem participativos, até cantam e dançam. Nós também paramos por uma hora para ouvir as histórias de cada um”, conta a coordenadora. “Em três anos de visitas, já percebemos muitas diferenças na qualidade de vida desses idosos”. Segundo Raquel, o próximo passo é expandir as fronteiras e chegar também às instituições de Curitiba, capital paranaense.
Iniciativas como o Adote um avô e a Missão Trupe estão inspirando cada vez mais pessoas a ter um olhar e uma postura de empatia e carinho com tantos idosos solitários ao redor do mundo. Confira algumas fotos dos projetos:
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