Os pais de Raul o incentivaram a conseguir comprar o instrumento com seu próprio esforço.| Foto: Arquivo pessoal/Meriele Sá
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Apresentado à música, ainda na infância, pelos pais, Raul Sá, de 13 anos, convive com os instrumentos desde sempre. “Meu pai toca violão e eu já fiz aulas de bateria, flauta transversal e teclado”, conta. Mas, ao se deparar com um piano, na escola onde estuda, em Campinas (SP), que o coração bateu mais forte. “Eu toquei um pouquinho e gostei muito”, diz ele ao Sempre Família.

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Na volta para casa e com a ideia de ter um piano só para ele na cabeça, Raul se viu frente a um desafio: levantar o dinheiro para a compra do instrumento com o trabalho das próprias mãos. “A gente entendeu que não podia ser algo que ele ganhasse de mão beijada. O piano é um instrumento muito caro. Então, nós falamos que ele precisaria batalhar para conquistar o que queria”, afirma a mãe, Meriele Sá, que é professora.

Foi aí que veio a sacada de usar a produção de pães caseiros (um antigo costume entre a família) para pôr o plano em prática. “Eu aprendi a receita com a minha mãe, mas não costumava fazer sozinho”, comenta Raul. Depois de alguns testes, pequenos ajustes e muitas cortesias distribuídas a amigos e parentes, no entanto, a primeira fornada oficial saiu no dia 17 de outubro de 2019. Uma grande conquista.

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Percalços 

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Só que como “nem tudo são flores” na vida de um empreendedor, uma pandemia apareceu no caminho de Raul, teimosa em alterar os planos do jovem padeiro. Apesar de as vendas serem feitas, no início, para a família e amigos próximos, e ele ter criado uma conta no Instagram para divulgação, muitas vendas vinham da escola.

“Eu senti um monte, porque antes eu vendia [os pães] na minha escola, a maioria das encomendas vinha de lá. Tive que reduzir bastante a produção e cheguei a achar que não ia conseguir”, lembra. Foi preciso fé e dedicação para não desistir do objetivo.

Mas, passado um ano, a família agora arruma a casa para receber o tão sonhado piano já comprado. “Ele precisa de um espaço específico para ser instalado e por ser pesado não podemos ficar mudando de lugar. Por isso, estamos ajeitando umas coisas aqui para recebê-lo”, justifica Meriele. “Expectativa está grande. Senti orgulho de mim mesmo”, completa Raul.

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Lição para a vida

O projeto acabou envolvendo toda a família, que mora na área rural de Jundiaí (SP) e precisava estar com os pães embalados e tudo pronto no carro às 6 horas da manhã, segundo “Além de fazer os pães, nós orientamos que ele também precisaria cativar os clientes, se organizar com as encomendas, cuidar da logística de entrega e do estoque de ingredientes. Tudo isso foi um processo de amadurecimento muito grande para ele e para todos nós”, avalia Meirele.