Cada vez mais adquirimos consciência da importância da inteligência emocional – e o mercado de trabalho tem valorizado bastante essa capacidade também. Mas como saber em que grau está a sua? Embora seja difícil avaliar profundamente a sua própria inteligência emocional sozinho, certas perguntas podem estimular reflexões interessantes, disse Adriana Gattermayr, coach e consultora da Gattermayr Consulting em entrevista à revista Exame.
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“Dificilmente você tem uma noção exata de como interage socialmente”, explicou na mesma reportagem, João Marcelo Furlan, sócio-fundador da Enora Leaders. “O ideal é que outras pessoas contribuam com suas opiniões e percepções sobre você”. O próprio ato de pedir feedback a chefes, colegas e subordinados também ajudará você a desenvolver as suas habilidades comportamentais.
Gattermayr e Furlan prepararam um roteiro de questões, sem valor científico, que pode servir como gatilho para a sua busca por autoconhecimento. Confira as perguntas a seguir, reflita sobre elas e depois disso confira os comentários sobre cada uma no final do post.
- Quais são os sentimentos mais frequentes na sua rotina de trabalho? Você saberia dizer por que eles aparecem com tanta regularidade?
- Pense em duas situações que lhe causam medo, duas que desencadeiam raiva, duas que trazem indignação e duas que geram tristeza. Quais pensamentos e reações cada uma dessas situações provoca?
- Quais são meus pontos fortes e fracos? Tenho confiança nas minhas próprias habilidades?
- Pense em alguém que o irritou ou magoou, sem que isso tenha se resolvido até o momento. Agora imagine que você é o advogado de defesa da pessoa e deve argumentar a favor dela nessa situação. O que diria?
- Quando está numa situação de estresse ou confronto, você normalmente culpa os outros, culpa a si mesmo ou culpa a situação?
- Aceito mudanças facilmente?
- Um dos seus subordinados sempre causa brigas na equipe. Um dia, você chega ao trabalho e percebe que há outra situação de confronto. Qual a primeira coisa que faz?
- Ao ser atacado verbalmente, o que você faz?
Confira os comentários dos especialistas a cada pergunta:
- “Quanto maior o número de sentimentos lembrados e descritos, melhor”, explica Gattermayr . Quando você percebe seus padrões de comportamento, tem mais facilidade para prever e gerenciar certas reações, segundo ela.
- A questão avalia qual é o seu modelo mental. O medo gera fuga? A raiva provoca mudez? Se você consegue reconhecer facilmente os seus mecanismos psicológicos mais típicos, isso significa que você tem um nível alto de inteligência emocional, de acordo com Gattermayr.
- Pessoas que fazem uma boa gestão das suas emoções geralmente são autoconfiantes. “É diferente de ser arrogante, porque o arrogante é um autoconfiante que não sabe gerir seus próprios relacionamentos e deixa de ser apreciado socialmente”, disse Furlan.
- Se você é capaz de fazer uma boa defesa de quem o magoou, é capaz de empatia e provavelmente conta com alto nível de inteligência emocional. Captar o que o outro está sentindo, mesmo que ele não o diga, é uma habilidade bastante rara, mas extremamente útil.
- Cuidado: escolher qualquer uma das três opções depõe contra a sua inteligência emocional, segundo Gattermayr. “A resposta ideal é dizer que isso não importa, e que a energia deve ser direcionada para a resolução do problema”.
- “Muita gente tem medo da mudança porque não sabe quais serão os seus efeitos sobre si mesmo”, avaliou Furlan. Se você é flexível e consegue acompanhar os movimentos da vida, causará menos sofrimento a si próprio e aos demais.
- Quem tem baixos níveis de inteligência emocional tende a rotular as pessoas e em vez de imaginar diversas hipóteses para explicar o que aconteceu, essa pessoa questiona o causador da briguento para saber o que ele fez de errado, porque já imagina que ele é o culpado por qualquer conflito.
- Para quem tem inteligência emocional, essa resposta é mais estratégica: primeiro escuta-se o ataque, usa-se da empatia para captar que tipo de emoção está por trás daquilo e então procura-se responder a esse sentimento do outro, finalizou Gattermayr