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Os amigos – os autênticos e verdadeiros – são grandes apoiadores da nossa felicidade, seja qual for o momento que estejamos vivenciando. Como todo vínculo, a amizade amadurece e se adapta às distintas fases da nossa vida, como o casamento e a enfermidade. A psicóloga María Elena Larraín pontuou para o site chileno Hacer Familia cinco situações da vida adulta que colocam à prova as amizades e revelam quem está de fato ao nosso lado. Confira:

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  1. O casamento
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O cenário é comum: a casa do primeiro amigo a se casar acaba se tornando o lugar obrigatório das reuniões de fim de semana entre os amigos. Copos, garrafas e pratos espalhados pela mesa, pelo balcão e pela pia se tornam costumeiros na manhã de domingo na residência de um casal recém-casado. Depois de um tempo, um dos dois diz que gostaria de ter mais intimidade em um sábado e o outro lhe dá razão – às vezes, porém, a estratégia acaba isolando o casal de seus amigos. O que fazer?

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“Para os amigos, o lar dos recém-casados é muito atrativo como lugar de encontro, e também para o casal é muito empolgante receber seus amigos pela primeira vez como donos da casa”, comenta María Elena. “Quando um dos dois quer mais privacidade, isso é totalmente compreensível; na verdade, é natural. Não necessariamente isso deve afetar a relação com os amigos. Os amigos, os bons amigos, também entendem que o casal precisa de seu espaço”.

 

  1. A segunda adolescência
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Os primeiros anos de casados são, muitas vezes, um mar de doçuras. O tempo passa, porém, e lá pelos quarenta e tantos anos de idade, com os filhos já na escola, os amigos homens decidem formar um Clube do Bolinha. O happy hour se torna uma rotina semanal e a pescaria, o futebol ou outra atividade é um compromisso recorrente – e os homens passam a se sentir mais livres. As mulheres reivindicam o mesmo direito e organizam uma excursão com seu Clube da Luluzinha. Na volta, porém, querem trazer as confidências que ouviram das amigas ao confronto com o marido.

“Se a finalidade desses grupos de amigos é reviver a solteirice, pode ser perigoso. É sinal de um apego a desejos mais infantis, imaturos – uma espécie de parênteses na vida de casados”, diz a psicóloga. Se por um lado o cônjuge precisa ser nosso melhor amigo, aquele com quem dividimos tudo, comentar os segredos ouvidos entre amigos pode ser desaconselhável. “A amizade é uma abertura da própria intimidade e requer que isso seja respeitado. Se não se cuida desse princípio, as amizades podem se romper e os grupos de amigos ficar cheios de conflitos por transmissões imprudentes ou indevidas de informações”, afirma María Elena.

 

  1. O desemprego

Pode acontecer com o amigo mais bem-sucedido, que sempre teve bons empregos, mas nunca fez uma poupança; e pode se dar também com quem sempre viveu de forma instável a vida profissional. Quando um amigo passa a ter dificuldades financeiras, o seu problema passa a ser o assunto de todos os amigos. Mais grave ainda é quando uma doença crônica atinge um deles.

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Até onde um amigo deve ou pode ajudar economicamente o outro? “No caso de problemas econômicos, é preciso que o amigo que deseja ajudar faça um acordo com seu cônjuge”, avalia María Elena. “O limite pode ser ‘até que doa’, como dizia Alberto Hurtado, quando a outra família é muito próxima e está passando dificuldades severas. Mas em outras ocasiões, é preciso analisar e avaliar a conveniência de ajudar e de que maneira fazer isso – se de forma estável, ocasional, frequente. O mais importante é que uma verdadeira amizade se radica no carinho, na compreensão e na solidariedade com quem está em uma situação de dificuldade financeira ou enfermidade”.

 

  1. O divórcio

O divórcio atinge também os amigos. Em um momento, todos eram inseparáveis. Os filhos do amigo eram como sobrinhos. De repente, o rompimento. Surgem as versões do marido e da mulher e quase que se formam grupos a favor de um e de outro. E levanta-se a pergunta: qual deles vai continuar no grupo de amigos?

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“Todos os amigos sofrem quando um casal se separa, ainda mais quando a consequência é o distanciamento de alguém”, comenta a psicóloga. “Quem permanecerá com os amigos? A resposta não é fácil, porque os amigos não são propriedade de ninguém. A amizade é um dom recíproco. As amizades profundas perdurarão apesar da separação, e outras se perderão”.

 

  1. A doença e a velhice dos pais

Todos nós sabemos que os seres humanos envelhecem e morrem. Mas mesmo que saibamos, será um golpe duro quando chegar a vez dos nossos pais. Em alguns casos, os amigos compreendem bem ou estão vivenciando o mesmo processo. Outras vezes, um amigo acaba isolado por não poder descuidar de seus pais doentes ou idosos.

“A amizade amadurece com o sofrimento, com a companhia na dor e a partilha dessas experiências com os amigos”, lembra María Elena. “Assim se alcançam amizades muito valiosas e profundas, muito mais do que quando só se partilham passatempos. Se alguém tem um de seus pais doente, um bom amigo se preocupa, oferece ajuda. Ele compreende que é difícil ficar de fora das atividades do grupo e oferece formas de dar sentido a essas renúncias por aqueles que lhe deram a vida”.

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Com informações de Hacer Familia.

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