Fim de ano, aquele clima de balanço, uma rotina menos exigente, festa atrás de festa – e lá vamos nós fazer propósitos para o ano que se inicia. Perder peso, estudar algum idioma, começar algum esporte, mudar algo na rotina: os primeiros dias de janeiro começam com tudo, mas lá vem fevereiro e as promessas vão por água abaixo. Por que é tão difícil manter nossas resoluções de Ano Novo?
O primeiro ponto a entender é que decisões que vêm de fora para dentro – fazer uma dieta ou começar academia – estão fadadas a falhar se, para além de suas boas intenções, você não tiver a habilidade de sustentar a sua motivação e contornar o inevitável desconforto que as mudanças acarretam. Por outras palavras: a menos que você mude a forma como pensa, não espere que suas metas se tornem concretas. Não é o pilates nem o inglês que vão mudar você – é a sua cabeça.
As mudanças causam um certo desgaste e, se você não estiver preparado para isso, a frustração, o cansaço, o tédio ou o estresse serão o combustível do fracasso de suas resoluções de Ano Novo. É preciso aprender a evitar a autossabotagem. E isso se faz com autodisciplina – uma habilidade com a qual ninguém nasce, mas que deve ser construída. Confira essas cinco dicas para treinar o seu cérebro para lidar com as mudanças – e mantê-las:
- Pense pequeno. Comece com pequenos sucessos. Preste atenção aos hábitos que estão atrapalhando a sua vida. Encontre uma solução simples para um deles, como lavar o seu prato assim que terminar de comer. Faça um acordo consigo mesmo: o prato precisa ser lavado, sem “mas” nem “se”.
- Desenvolva sua autoconfiança. Quando começamos a fazer essas pequenas coisas acontecerem, nos sentimos satisfeitos e passamos a reconhecer que cumprimos a palavra que damos a nós mesmos. Veja bem: se você começar com metas muito altas, o sucesso não será garantido e isso apenas contribuirá para que a sua autoconfiança seja abalada. Faça o que você tem certeza que consegue – não adianta prometer ir para a academia cinco vezes por semana se atualmente você não vai nem sequer uma.
- Invente desafios. Elabore pequenos desafios durante o dia para fortalecer sua habilidade de acreditar e realizar. Por exemplo, se der aquela vontade de procrastinar um trabalho, exija de si mesmo terminá-lo antes de fazer outra coisa. Ou, se precisar comprar algo em um shopping, faça o propósito de entrar, comprar e sair, sem perder tempo. Assim como repetições na ginástica fortalecem um músculo, repetições como essas fortalecem sua autoconfiança.
- Cultive o otimismo. Todos temos momentos negativos, mas foque nos positivos. Não deixe a insegurança convencer você de que não há nada positivo. Se você é um reclamão ou um chorão – para si mesmo e para os outros – tome a decisão de parar de reclamar. Engula cada reclamação que vier à garganta. É possível.
- Desenvolva a autopercepção crítica. Viver sem perceber o que se passa consigo mesmo é como dirigir à noite com o farol apagado: tecnicamente, você ainda consegue dirigir, mas em algum momento vai sofrer um acidente. Olhando para dentro de si mesmo, você vai jogar luz sobre hábitos autodestrutivos que desenvolveu ao longo do tempo e ficar atento a qualquer autossabotagem que esteja à espreita. Render-se internamente a impulsos destrutivos é o nosso inimigo número um quando se trata de autossabotagem.