As duas décadas de carreira e os quinze prêmios Grammy no currículo podem ofuscar o trabalho filantrópico de Alicia Keys. Mas a cantora de 35 anos já demonstrou que está tão engajada em contribuir para uma mudança positiva em escala local e global quanto em fazer música.
Keys e a sua organização We Are Here recentemente se uniram à CARE, Oxfam e War Child na produção de um curta para celebrar o Dia Mundial do Refugiado. O vídeo se intitula Let Me In e inclui a canção Hallelujah, do novo álbum da cantora.
O filme inverte a situação atual dos refugiados na América do Norte, localizando a crise em Los Angeles e mostrando milhares de habitantes da Califórnia buscando refúgio ao cruzar a fronteira do México. A narrativa acompanha a luta da personagem interpretada por Keys para conduzir com segurança a sua família até o outro lado da fronteira.
“Todos os grandes artistas de que já gostei – como Nina Simone, Marvin Gave e John Lennon – usaram a arte para falar sobre o que está acontecendo no mundo. Achei que seria uma forma poderosa e valente de expressar a verdade”, disse a cantora à revista Time. “A crise dos refugiados é enorme. É uma das maiores crises de todos os tempos. É inacreditável que haja 60 milhões de pessoas fora de suas casas”, afirmou.
“Precisamos pensar que são pessoas com carreiras, filhos, lares, sonhos, como nós. Se acontecesse comigo, com você, com sua irmã, seu irmão, seu primo, seria um problema pessoal. Inverter a perspectiva, como fizemos, é uma maneira poderosa de pensar sobre como veríamos as coisas se fosse conosco”, disse Keys.
O vídeo termina dizendo que há mais refugiados no mundo hoje que em qualquer outro momento da história, e a maioria deles são crianças. “Exigimos que os nossos governos ajam com amor”, diz o filme.
“Procuro definitivamente ser uma artista que realmente tem algo a dizer. Acho que estamos em tempos difíceis no mundo”, avaliou a cantora. “Há muito trabalho a fazer e quero continuar a ser alguém que cria diálogo, fala e procura caminhos, em vez de simplesmente me sentir como se tivesse que aceitar o que acontece ou não pudesse me manifestar sobre isso. Para mim, se não nos manifestamos, somos parte do problema. Temos poder para fazer mutias coisas e às vezes nos esquecemos disso porque não vemos exemplos suficientes de que isso realmente tem resultado”.
Com informações de Time
Colaborou: Felipe Koller.