O Great Ormond Street Hospital, a instituição de Londres onde o bebê Charlie Gard está internado desde outubro, recusou a proposta do Hospital Pediátrico Bambino Gesù, de Roma, que se dispôs a acolher o bebê em suas instalações. O hospital inglês diz que não pode trasladar o menino por motivos legais. Porém, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, disse que “a Santa Sé fará o possível para superar os obstáculos legais que não permitem a transferência do pequeno Charlie Gard”.
O Bambino Gesù, que pertence à Santa Sé, se disse pronto para receber Charlie “pelo tempo que lhe resta para viver”, segundo disse a sua presidente, Mariella Enoc. O bebê está no centro de uma polêmica que ganhou repercussão mundial depois que o Judiciário britânico deu aval à decisão do hospital em que ele está internado de não permitir que os seus pais o levem aos Estados Unidos para tentar um tratamento experimental.
“A mãe de Charlie, uma senhora muito determinada, entrou em contato comigo e me pediu que a possibilidade de tratamento para o bebê seja verificada. Nossos médicos estão aprofundando essa possibilidade”, disse Enoc nesta terça-feira (04/07). A oferta do Bambino Gesù foi comunicada ao hospital de Londres pelo embaixador italiano Pasquale Terracciano.
Segundo Enoc, Connie Yates, a mãe de Charlie, é “determinadíssima a combater até o fim”. “Não sei se um tratamento é possível”, disse a presidente do hospital. “Os nossos cientistas vão aprofundar o tema e depois falarão diretamente com a família”.
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O próprio médico norte-americano que ofereceu um tratamento experimental à família já admitiu, porém, depois de analisar documentos sobre o estado de saúde de Charlie, que “é muito improvável que ele melhore com essa terapia”. Não se conhece cura para a enfermidade de Charlie e o tratamento que ele propõe ainda não foi testado nem em modelos animais. Além disso, o cérebro do bebê já está por demais comprometido para que ele possa apresentar qualquer melhora significativa.
“Na vida há zonas cinzas. É muito difícil dizer se esse caso é de obstinação terapêutica ou não”, reconheceu Enoc. “Assim, me abstenho de julgar essa zona cinza e faço a única coisa que posso, ou seja, dizer que podemos acolher a família e acompanhá-la, como nos pediu o papa”.
O cardeal Parolin disse que “é importante oferecer toda a acolhida”, para que os cuidados com o menino prossigam. “Se pudermos superar esses problemas, assim faremos”, disse o prelado. O ministro das relações exteriores da Itália, Angelino Alfano, disse ainda que deve conversar amanhã, por telefone, com Boris Johnson, titular do mesmo ministério no Reino Unido.
Com informações de La Repubblica.
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