“De uma forma bem fácil de entender, a escuta ativa auxilia no diálogo eficiente, em que o ouvinte é capaz de assimilar e interpretar todo o conteúdo que é expresso pelo interlocutor de forma sincera”, resume o professor Tito Lívio Ferreira Vieira, doutor em História da Ciência, da Estácio Curitiba.
Segundo ele, a técnica – criada originalmente para ser aplicada no contexto organizacional – tem grande influência dos Estados Unidos, tanto em sua Ciência da Administração, quanto das várias psicologias com caráter funcionalista e pragmático que surgiram por lá. “É só um pequeno recorte muito prático do universo da comunicação”, explica.
Do ponto de vista corporativo, são inúmeras as vantagens de aplicar a escuta ativa nos mais diferentes setores da empresa, como aponta a psicóloga e especialista em gestão de pessoas, Dâmaris Cristo. “Ela gera empatia, melhora o diálogo, facilita o engajamento das pessoas, cria sinergia, minimiza os conflitos, amplia a compreensão dos resultados desejados, além de otimizar os recursos, principalmente tempo”.
Ainda de acordo com Dâmaris, a escuta ativa é essencial para gerar conexões emocionais entre os funcionários. “Vale lembrar que as decisões humanas são, em sua maioria, emocionais. Assim, o gestor que tem uma profunda conexão de confiança com sua equipe poderá direcioná-la de forma muito mais tranquila e produtiva, pois confiará que ele saberá qual o melhor a ser feito”, garante.
Na prática
Agora, você deve estar se perguntando, como aplicar o conceito de escuta ativa neste momento em que estamos vivendo, com quase todo mundo trabalhando de casa e as relações mais virtuais do que nunca? Para Dâmaris, tanto no contato físico, quanto no online, somos nós que definimos nossas atitudes.
“É claro que a tecnologia nos coloca em situações que podem nos levar facilmente a constantes interrupções e distrações. Como, por exemplo, quando você está numa reunião virtual e as mensagens e ligações não param no seu celular. Não é possível dar atenção a tudo. Você terá que saber priorizar o que está, de fato, fazendo. Caso contrário, nunca estará presente”, orienta.
A falta do olho no olho também não é desculpa, garante a especialista. “A comunicação não-verbal, em muitos aspectos, é mais importante e até mais eficiente do que o que é dito verbalmente. Então, um suspiro, um sorriso, um olhar ou simples sinais faciais falam mais do que muitas palavras”, disse Dâmaris ao assegurar: “Conversas online podem gerar os mesmos ou até melhores resultados que as presenciais, só depende da qualidade de presença dos envolvidos”.
Guia
Assim como outras habilidades, a escuta ativa também pode ser desenvolvida e melhorada continuamente. Por isso, com a ajuda de especialistas, o Sempre Família elaborou este pequeno guia que vai te ajudar a pôr em prática essa ótima ferramenta de comunicação, nesse momento de home office:
- Crie um ambiente com o mínimo de distrações possível;
- Esteja genuinamente disposto a ouvir e a compreender o que o outro tem a dizer, o que espera ou precisa, sem pressa de dar a sua opinião de forma antecipada;
- Evite julgar a forma como o outro se apresenta;
- Compreenda e processe as informações, verbais e não-verbais;
- Tome as palavras do outro como ponto de partida;
- Sintetize os pontos principais do que ele disse e repita usando as suas próprias palavras;
- Faça perguntas para aprofundar a compreensão;
- Defina ações futuras focadas no objetivo da conversa;
- Estabeleça estratégias de alinhamento contínuo;