O Paraguai elegeu um novo presidente no domingo (22/04). Mario Abdo Benítez, conhecido como Marito – para diferenciar-se de seu pai, Mario Abdo –, foi presidente do Senado entre 2015 e 2016 e assume a presidência em 15 de agosto. Ele foi eleito em uma disputa curiosa: todos os candidatos à presidência se posicionaram contra o aborto e o casamento homoafetivo.
O país é um dos poucos da América do Sul, ao lado de Bolívia, Guiana, Peru e Venezuela, que proíbe qualquer forma de união civil homoafetiva. Já o aborto é proibido em todos os casos, exceto risco para a vida da mãe. É a própria Constituição paraguaia que define o casamento como união entre um homem e uma mulher e que estabelece o direito à vida desde a concepção.
“Fortaleceremos a família paraguaia em seu papel central para a proteção e o desenvolvimento dos seus filhos, com a aplicação de planos que permitam melhores condições de vida e igualdade de oportunidade para as famílias e para cada um de seus membros, desde a sua concepção até a sua morte natural”, diz um texto elencado entre as propostas de Abdo em seu site oficial.
Perfil
Formado em Marketing por uma universidade norte-americana, Abdo tem 46 anos e fez carreira na Força Aérea paraguaia, atuando como paraquedista. Hoje é empresário no ramo da construção civil. Ele tem dois filhos com a sua primeira esposa, Fátima María Díaz Benza. Atualmente é casado com Silvana López Moreira Bo, neta de Nicolás Bo Parodi, empresário de destaque durante o regime militar.
MEC do Paraguai proíbe difusão e uso de qualquer material sobre ideologia de gênero
Abdo é membro do Partido Colorado, que ocupa a presidência desde 1948 – com a única exceção entre 2008 e 2013, quando assumiu o cargo o ex-bispo Fernando Lugo, da Aliança Patriótica, e, após o seu impeachment, seu vice Federico Franco, do Partido Liberal – o mesmo de Alegre.
Foi só em 1993 que o Paraguai realizou as suas primeiras eleições democráticas – quatro anos após a queda do ditador Alfredo Stroessner, que governou o país durante 35 anos. Abdo é criticado por suas relações com a ditadura, devido ao fato de que o seu pai foi secretário pessoal de Stroessner – ambos eram parentes distantes.
Ele já chegou a afirmar que o ditador “fez muito pelo país” e propôs homenagens a ele por ocasião de sua morte, que ocorreu enquanto estava no exílio, em Brasília, no ano de 2006. Apesar de sua simpatia pelo ditador, Abdo disse que não concorda com as violações aos direitos humanos cometidas durante o regime.
*****
Recomendamos também:
***