Milhões de mulheres fizeram e fazem a diferença na educação de todos nós todos os dias, nas salas de aula ou mesmo em casa, como professoras e mães. Aqui, você vai conhecer a história de cinco mulheres que, cada uma em sua época e em seu contexto, despontaram como grandes revolucionárias, alargando o acesso à educação e repensando os métodos vigentes. Confira:
Dorina Nowill
A paulistana Dorina Nowill nasceu em 1909 e ficou cega aos 17 anos devido a uma infecção ocular. Isso não impediu que ela seguisse carreira na educação. Em 1945, conseguiu convencer a Escola Caetano de Campos, onde cursava o magistério, a implantar o primeiro curso de especialização de professores para o ensino de cegos. Após diplomar-se, fez um curso de especialização na área de deficiência visual na Universidade de Columbia, em Nova York, com uma bolsa de estudos paga pelo governo norte-americano. No retorno, criou a primeira imprensa Braille em grande escala do Brasil e dirigiu, entre 1961 e 1973, a Campanha Nacional de Educação de Cegos, do Ministério da Educação, que criou os primeiros serviços de educação de cegos no país. A personagem Dorinha, da Turma da Mônica, foi criada em homenagem a Dorina, que morreu em 2009. Todos os anos o Senado confere a Comenda Dorina de Gouvêa Nowill às personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa das pessoas com deficiência no Brasil.
Maria Montessori
Até hoje o método Montessori de educação é aplicado em escolas e famílias de todo o mundo. Maria Montessori nasceu em 1870 e foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália – mas não seguiu carreira porque na época era proibido às médicas que examinassem homens. Por isso, começou a trabalhar com crianças com deficiência na clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Roma e, com base nos estudos e trabalhos com elas, criou o método Montessori, que dá mais ênfase à autoeducação, isto é, ao desenvolvimento da criança por seus próprios esforços, no seu ritmo e seguindo seus interesses. A função da educação, para ela, seria estimular um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto. Foi a única mulher a estampar uma cédula na Itália, a de mil liras, na década de 1990. Além disso, foi indicada três vezes ao Nobel da Paz. Chegou a popularizar o seu método em vários países ainda em vida e morreu em 1952, na Holanda.
Malala Yousafzai
Nascida em 1997, Malala se tornou em 2014 a pessoa mais nova da história a ser laureada com um prêmio Nobel. O Nobel da Paz foi concedido à jovem devido aos seus esforços para que as meninas tenham acesso à educação em sua região natal, o vale do Swat, no nordeste do Paquistão. Em 2009, Malala, que tinha 11 anos de idade, começou a escrever para a BBC um blog, anonimamente, em que relatava o seu cotidiano durante a ocupação talibã em Swat e a proibição pelo regime de que as meninas frequentassem a escola. Em 2012, ela foi vítima de um atentado, sendo alvejada na testa e internada inconsciente e em estado grave. As ameaças de morte continuaram, mesmo depois que um grupo de mais de cinquenta clérigos islâmicos emitiu uma fátua contra os perpetradores do atentado. Suas reivindicações intensificaram a luta pelo direito à educação para as crianças de todo mundo.
Francesca Bonnemaison Farriols
Nascida em 1872, Francesca Bonnemaison fundou em 1909, em Barcelona, uma instituição chamada Biblioteca Popular de la Dona – hoje Centre de Cultura de Dones Francesca Bonnemaison –, que foi nada menos do que a primeira biblioteca para mulheres da Europa. De família rica, a própria Francesca teve educação de qualidade junto a religiosas, aprendendo idiomas, pintura e música, e queria que todas as mulheres tivessem as mesmas oportunidades. A biblioteca que fundou se localizava no primeiro andar da Paróquia de Santa Anna, na capital catalã, e foi inaugurada com a ajuda do padre Ildefons Gatell, que doou 500 pesetas e 100 livros para dar início à empreitada. Em apenas dois anos, o espaço já contava com 5 mil livros e oferecia cursos de nível secundário, profissional e doméstico, além de aulas de idiomas e uma formação feminista de matriz católica. Com a Guerra Civil Espanhola, Francesca precisou se exilar e a sede do instituto acabou passando às mãos do Estado. Ela morreu em 1949, tendo sido a responsável pelo acesso de milhares de mulheres à educação, à literatura e a um espaço para partilhar suas experiências.
Madalena Sofia Barat
Os colégios católicos representam uma boa porcentagem da rede de educação privada em muitos países. Boa parte deles são dirigidos por congregações religiosas femininas, como as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, as Irmãs Dominicanas ou as Passionistas. Madalena Sofia Barat, nascida em 1779, na França, foi uma das pioneiras das congregações femininas dedicadas à educação. Ela viveu precisamente no período de supressão das escolas confessionais em seu país, que se seguiu à Revolução Francesa. Aos 22 anos, em 1801, com outras três mulheres, ela deu início à Sociedade do Sagrado Coração de Jesus, consagrada totalmente à educação – para elas, “o mais importante meio para glorificar o coração de Jesus”. Ela esteve à frente da congregação por 63 anos, durante os quais fundou 105 escolas, que atendiam mais de 9 mil meninas. Morreu em 1865, em Paris, e foi canonizada por Pio XI em 1925. Hoje sua congregação está presente em mais de 35 países, incluindo o Japão, a Indonésia, o Brasil, Cuba, Quênia e o Chade.
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