Cristãos de todo o mundo celebram o Natal e, embora haja um núcleo comum na forma de expressar a religiosidade, alguns povos desenvolveram tradições bastante peculiares para lembrar o nascimento de Jesus Cristo. Confira algumas:
México: Posadas
As posadas mexicanas se assemelham às tradicionais novenas de Natal celebradas no Brasil, mas tendem a ser mais festivas. São nove encontros realizados de 16 a 24 de dezembro, sempre nas casas das pessoas que frequentam determinada comunidade religiosa. Durante esses dias, são feitas reflexões e até encenações que relembrem as dificuldades enfrentadas por José e Maria a caminho de Belém, quando não encontraram um lugar para passar a noite – em espanhol, não encontraram uma posada.
Terminada a leitura de textos, começa a festa, na qual a protagonista – pelo menos para as crianças – é a pinhata, tipo de balão colorido, feito de barro ou cartolina, montado em diferentes formatos e colocado no teto para ser acertada pelos convidados. Formas geométricas ou de animais costumam ser as mais populares e as crianças que participam do estouro da pinhata devem tentar acertá-la com os olhos vendados. Dentro da pinhata sempre há doces e outros prêmios.
Originalmente, a pinhata simbolizava o mal feito por cada um durante aquele ano ou o próprio diabo, por isso a necessidade de “acabar” com ela. Hoje, no entanto, a pinhata foi assimilada pela cultura mexicana apenas como uma brincadeira divertida, típica do período natalino, adotada até por quem não professa a fé cristã.
Costa Rica: Dia do Candelero
Os costa-riquenhos são originais em enaltecer os primeiros dias da vida de Jesus. Três celebrações que têm início em dezembro constituem a marca regional das celebrações natalinas no país. A primeira delas é o Rito de Purificação da Virgem Maria, seguida imediatamente pela Apresentação do Menino no Templo. A terceira e mais popular é o Dia do Candelero (Candelabro), uma festa que homenageia aqueles que são interpretados como sendo, de certa forma, os primeiros cristãos, ou seja, aquelas pessoas que acompanharam a apresentação de Jesus no templo e se alegraram com o acontecimento. Para prestar essa homenagem, os fiéis promovem procissões ao redor das igrejas locais, caminhando à noite, com velas na mão.
Etiópia: todos de branco e missa de madrugada
A Etiópia abriga até hoje uma das comunidades cristãs mais antigas do mundo, que desenvolveu costumes próprios, bastante diferentes daqueles adotados pelos cristãos do Ocidente. No país africano são raras as imagens ou menções ao Papai Noel ou à árvore de Natal, e até mesmo o dia em que se celebra o nascimento de Cristo é outro. No dia 7 de janeiro ocorre uma festividade popular chamada Ganna, que não é religiosa, mas sim uma ocasião social em que as crianças são presenteadas. No início do dia seguinte é que todos vão à missa, vestidos de branco, às 4 h da madrugada. Os fiéis fazem jejum até o término da celebração.
Alemanha: São Nicolau e presentes nos calçados
O Papai Noel moderno dá lugar à sua versão original na Alemanha. Em muitas comunidades, a figura do bom velhinho barbudo que veste vermelho é representada por São Nicolau, o bispo generoso que viveu no século IV, virou santo e deu origem ao personagem natalino mais popular do mundo. No dia 6 de dezembro, dia de São Nicolau, pessoas fantasiadas com barbas longas e roupas vermelhas de bispo vão às escolas e hospitais para distribuir guloseimas. Durante a noite, presentes são deixados nos calçados das crianças.
Polônia: Oplatek, a hóstia natalina
Nas ceias de Natal celebradas pelas famílias polonesas mais religiosas, um item nunca falta: é a oplatek, ou hóstia natalina, que recebe esse nome por ser composta basicamente pelos mesmos elementos usados nas hóstias que são consagradas em missas. O oplatek, contudo, é maior, tem formato retangular, e sempre é enfeitada com relevos que formam imagens natalinas, como anjos, sinos ou o menino Jesus. Outra diferença importante é o fato de que ela é servida apenas como alimento integrante da ceia e, normalmente, não é usada na consagração que ocorre numa missa católica.
Irlanda: velas nas portas e janelas
As luzes são elementos presentes em qualquer celebração natalina, mas a Irlanda manteve um costume popular que deixa de lado as lâmpadas artificiais. Colocar velas brancas nas portas de entrada das casas e nas janelas, deixando-as acesas durante a noite toda é um hábito bastante difundido. O objetivo é lembrar àqueles que passam diante da sua casa que o Natal está chegando e é hora trazer um pouco de luz à própria vida.
Armênia: jejum intenso
A prática do jejum entre os cristãos do Ocidente é bastante difundida durante a quaresma, período que antecede a Páscoa, mas não é tão comum no Natal. Para os cristãos armênios, entretanto, relembrar o nascimento de Cristo também é oportunidade propícia para o jejum, que começa uma semana antes da noite de Natal. Normalmente, abre-se mão de uma das refeições diárias, mas os mais devotos chegam a ficar os três dias que antecedem o Natal sem comer nada.
Grécia
Na véspera de Natal, as crianças saem às ruas tocando triângulos e cantando algumas canções temáticas. Se elas cantam bem, ganham um valor em dinheiro ou algo para comer como nozes, doces ou figos secos. Outra tradição local é colocar água em uma tigela de madeira rasa, que fica suspenso por um pedaço de arame. Nela fica uma cruz envolta por um raminho de manjericão e, uma vez ao dia, essa cruz é mergulhada em água benta que depois é usada para benzer os cômodos da casa.
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