Febre amarela, sarampo e rubéola são algumas das doenças que tiveram ajudas das vacinas para serem controladas.| Foto: Bigstock
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A imunização é considerada uma das maiores invenções da medicina e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), salva 3 milhões de vidas todos os anos. Além disso, segundo a OMS, se a cobertura vacinal fosse maior, esse número seria ampliado em mais 1,5 milhão de vidas.

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A primeira vacina foi criada em 1796, contra a varíola, por meio das pesquisas e testes do médico britânico Edward Jenner. Desde então, muitos outros imunizantes surgiram – e alguns se tornaram a única alternativa contra doenças mortais, especialmente em épocas em que a população não tinha tanto acesso a saneamento básico, sendo alvo fácil de vírus e bactérias. Algumas doenças, como sarampo e rubéola, foram consideradas quase extintas após décadas de campanhas de vacinação. As informações são do Instituto Butantan.

Atualmente, os imunizantes protegem contra mais de 15 tipos diferentes de doenças. Conheça a seguir algumas dessas enfermidades que afligiram a sociedade, porém foram controladas ou suprimidas com a criação e aplicação de vacinas.

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Influenza (gripe)

É considerada a doença que mais causou mortes da história. É uma infecção zoonótica aguda, capaz de atingir níveis epidêmicos e pandêmicos, que se espalha por meio das gotículas do espirro e da tosse. Há registros de epidemias de influenza desde 1552, e elas se tornaram constantes ao longo dos séculos pelo poder de mutação do vírus. Por conta disso, a campanha de vacinação contra a gripe é anual, e os imunizantes são atualizados de forma a combater sempre as cepas mais circulantes.

Atualmente o Instituto Butantan é o maior produtor da vacina contra a influenza do Brasil. Só em 2021, foram entregues 80 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.

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Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda e quem contrai normalmente apresenta febre, calafrio, náuseas, dor de cabeça, mal-estar e cansaço como sintomas principais. A doença tem dois tipos de transmissores: o rural e o urbano. O mosquito que transmite na área urbana é o Aedes aegypti e na parte rural é o Haemagogus, e eles infectam pessoas por meio de sua picada. Hoje, a febre amarela é uma doença endêmica (quando é recorrente em determinada região, mas não há aumento significativo no número de casos) em zonas silvestres e a vacina é a principal forma de prevenção e controle.

A primeira epidemia de febre amarela no Brasil de que se tem registros foi em 1685. Desde então, há surtos esporádicos em território nacional. Entre 2017 e 2018, houve um surto na região sudeste, com 1.376 casos e 483 óbitos. Na época, muitas pessoas passaram a matar macacos por acreditarem que eles seriam os transmissores. Estes animais são tão vítimas quanto os humanos, pois apenas contraem a doença. Como a febre amarela é transmitida pelo mosquito, a recomendação é manter as calhas de casa limpas, não deixar água parada, recolher o lixo, cobrir piscinas etc.

Em 2017, a regra para imunização da doença no Brasil mudou: hoje, é necessário tomar apenas uma dose da vacina por toda vida (antes eram duas doses, com intervalo de dez anos entre uma e outra). Quem tomou antes dos cinco anos deve receber uma dose de reforço a qualquer momento da vida.

Sarampo

É uma doença causada por um vírus da família Paramyxoviridae altamente contagiosa – 90% das pessoas não imunizadas que compartilham espaços com alguém infectado contraem a doença, que é transmitido por meio de gotículas que saem da boca, nariz ou garganta. Os principais sintomas são febre, tosse, nariz entupido, mal-estar e irritação nos olhos. Antes do imunizante começar a ser aplicado em massa, em 1963, as epidemias eram constantes, com intervalos de dois a três anos entre uma e outra, causando cerca de 2,6 milhões de mortes anualmente. No Brasil, a vacina contra o sarampo é dada juntamente com a da rubéola e caxumba, compondo a chamada tríplice viral.

Segundo a OMS, entre 2000 e 2017, a vacinação causou, em todo o mundo, uma redução de 80% nas mortes em decorrência do sarampo, que foram de 545 mil em 2000 para 110 mil em 2017 – o que equivale a 21 milhões de vidas salvas. O número de crianças vacinadas nos primeiros anos de vida passou de 72% em 2000 para 85% em 2017. Mas até hoje, apesar de haver uma vacina eficaz e segura disponível, é umas das doenças com maior índice de óbitos. Em 2019, causou mais de 207 mil mortes no mundo, principalmente entre crianças. Uma das causas do aumento de mortes em decorrência da doença foi que, neste mesmo ano, o número de crianças vacinadas foi mais baixo do que o esperado.

Rubéola

É uma doença infecciosa aguda que causa erupções vermelhas em várias partes do corpo e atinge principalmente os mais jovens. O contágio acontece por meio de contato direto com secreções liberadas pela tosse, espirro e fala de pessoas infectadas. É causada por um vírus da família Togaviridae e considerada extinta no Brasil graças à vacina tríplice viral – o último caso em território nacional foi registrado em 2008. Apesar disso, pode voltar a circular se as pessoas deixarem de se imunizar, reduzindo a cobertura vacinal. É uma vacina com esquema de duas doses – a imunização permanece por toda vida.