Resultados seguem positivos para vacina da AstraZeneca, enquanto que a Jassen apresentou resultados favoráveis em testes em animais
Resultados seguem positivos para vacina da AstraZeneca, enquanto que a Jassen apresentou resultados favoráveis em testes em animais| Foto: Bigstock

A empresa farmacêutica AstraZeneca afirmou em nota nesta quinta-feira (30) que está obtendo bons resultados com relação aos testes da segunda fase de sua vacina contra a Covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

No comunicado, Pascal Soriot, diretor executivo (CEO) da farmacêutica britânica, afirmou que "nossa empresa montou uma resposta significativa ao Covid-19, com capacidade para fornecer mais de 2 bilhões de doses de AZD1222".



O executivo ressaltou também o forte desempenho da empresa no primeiro semestre. A vacina contra Covid-19 da AstraZeneca é considerada por muitos como a principal candidata depois que testes de estágio inicial em humanos mostrarem que ela é segura e que gerou uma reação imunológica.

A vacina já está na fase de testes em larga escala em seres humanos, inclusive no Brasil. No País, os testes estão sendo conduzidos em parceria com a Fiocruz.

Resultados promissores em animais

Outra empresa que está desenvolvendo um imunizante contra a doença é a Johnson & Johnson, que também divulgou nesta quinta-feira novos resultados nos estudos com a vacina. Em testes realizados em macacos, a principal candidata à vacina da empresa apresentou resultados positivos. A fase 1 de testes clínicos em humanos já começou nos Estados Unidos e na Bélgica.

Os resultados dos testes de fase pré-clínica (em animais, antes de testes em humanos) foram publicados na revista científica Nature. Batizada de adenovirus serotype 26 (Ad26), a vacina da J&J "induziu uma robusta resposta imune" ao Sars-CoV-2, afirma a publicação.

Diferentemente de outras potenciais vacinas, como as desenvolvidas pela Pfizer e BionTech, Moderna e AstraZeneca, a Ad26 foi efetiva contra o vírus com apenas uma dose ministrada. Segundo a nota publicada na Nature, para conter a pandemia mais rapidamente, uma vacina que requer uma única dose é preferível em relação às que demandam duas.

O vice-presidente do Comitê Executivo e chefe da área científica da J&J, Paul Stoffels, afirmou que caso as duas primeiras fases dos testes clínicos em humanos apresentarem bons resultados, uma terceira fase de testagem deve ter início em setembro.

Apesar dos testes preliminares indicarem que a vacina é efetiva com uma única dose, a equipe científica da farmacêutica norte-americana irá testar, paralelamente, a dupla dosagem do produto em humanos. Os testes das fases 1 e 2 avaliarão a segurança, a reatogenicidade (as reações provocadas pela vacina) e a imunogenicidade (capacidade de a substância provocar uma resposta do sistema imunológico) em cerca de mil adultos saudáveis entre 18 e 55 anos, assim como em idosos de 65 anos ou mais.

Corrida pelo imunizante

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 25 candidatas à vacina nos testes clínicos, ou em humanos. Seis delas já estão na terceira fase dos testes, em que as vacinas são aplicadas em uma quantidade grande de seres humanos, chegando a casa dos milhares. São as vacinas desenvolvidas pelas seguintes instituições:

  • Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca;
  • Sinovac, biofarmacêutica chinesa;
  • Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, em parceria com a Sinopharm, farmacêutica chinesa;
  • Instituto de Produtos Biológicos de Beijing, em parceria com a Sinopharm, farmacêutica chinesa;
  • Moderna, laboratório norte-americano, em parceria com o Instituto norte-americano de Alergias e Doenças Infecciosas;
  • Pfizer, farmacêutica, em parceria com a empresa alemã BioNTech e a Fosun Pharma, empresa farmacêutica chinesa.

Há ainda outras 139 candidatas em desenvolvimento, em fases pré-clínicas - estudos em laboratório e em animais.

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