Crianças até os 5 anos de idade são o público-alvo da campanha de vacinação contra a poliomielite, que começa nessa segunda-feira (5) e segue até o dia 30. A vacina será ofertada em postinhos de todo o país e os pais devem buscar os serviços de saúde mesmo com a pandemia da Covid-19, desde que tomando todos os cuidados necessários, segundo os órgãos de saúde. As informações são da Agência Brasil.
A depender do esquema vacinal registrado na caderneta, a criança poderá receber a Vacina Oral Poliomielite (VOP, ou a gotinha), como dose de reforço ou dose extra, ou a Vacina Inativada Poliomielite (VIP, ou injetável), como dose de rotina.
A expectativa da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é que a VOP seja administrada em pelo menos 11 milhões de crianças com o esquema de três doses da VIP completo. As crianças até o primeiro ano com doses da VIP em atraso receberão as pendentes, segundo a SBIm.
Além da proteção contra a poliomielite, crianças e adolescentes até os 15 anos que não estejam vacinados ou estejam com as carteirinhas incompletas de qualquer vacina deverão comparecer às unidades de saúde para receberem as doses faltantes. A campanha nacional de multivacinação – que é usada no país desde 2016 para oferecer várias vacinas em uma única visita, e assim reduzir a necessidade de deslocamento dos pais ou responsáveis – segue o mesmo período da mobilização contra a poliomielite, até o dia 30 de outubro.
Riscos da poliomielite
Conhecida por pólio ou paralisia infantil, a poliomielite é uma doença contagiosa aguda, causada pelo vírus poliovírus, capaz de infectar crianças e adultos. Em casos graves, os pacientes podem ter sequelas significativas, como paralisias musculares principalmente das pernas.
Não há tratamento para a poliomielite. As pessoas infectadas devem ser hospitalizadas e podem ter os sintomas como febre, dor de cabeça e no corpo, vômitos, espasmos e rigidez na nuca cuidados conforme aparecem.
Na forma paralítica, o paciente manifesta uma súbita deficiência motora acompanhada de febre, flacidez e assimetria muscular. A sequela persiste mesmo depois de 60 dias do início da doença.
O tratamento das sequelas passa por sessões de fisioterapia e de exercícios que ajudam a devolver a força dos músculos afetados. Remédios para alívio das dores musculares podem ser indicados.
Transmissão e prevenção
Dos fatores que favorecem a contaminação pelo poliovírus, causador da doença, estão as péssimas condições de higiene, com falta de saneamento e os problemas habitacionais. A transmissão ocorre por contato direto com fezes ou secreções de pessoas doentes.
A doença pode levar à morte, e a vacinação é a única forma de prevenção. Desde 2016, o esquema de vacinação contra a poliomielite se divide da seguinte forma:
- Três doses da VIP (injetável) aos dois, quatro e seis meses de idade;
- Duas doses da VOP (gotinha) de reforço.
A vacina propicia uma imunidade individual, mas também aumenta a imunidade de grupo na população em geral. O último caso de infecção pelo poliovírus selvagem, no Brasil, foi no ano de 1989, na cidade de Souza, na Paraíba. O país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em 1994, a certificação de área livre de circulação do vírus. Atualmente, dois países são considerados endêmicos para a poliomielite, o Paquistão e o Afeganistão.
Cuidados com a vacinação no meio da pandemia
Das orientações do Ministério da Saúde para a rede pública durante a vacinação das crianças nesse período, estão:
- Garantir a administração das vacinas em locais abertos e ventilados;
- Disponibilizar local para lavagem das mãos ou álcool em gel;
- Orientar que somente um familiar acompanhe a pessoa a ser vacinada;
- Realizar triagem de pessoas com sintomas respiratórios antes da entrada na sala de vacinação.
De acordo com informações da Agência Brasil, não há, até o momento, nenhuma contraindicação para vacinar pessoas com infecção pelo novo coronavírus.