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São 800 as mortes pelo novo coronavírus no Brasil até o momento, segundo o mais recente boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Ministério da Saúde. Sem testes disponíveis para grande parte da população, é este dado, absoluto, que tem tido reconhecimento como uma informação mais realista da dimensão da pandemia.

E é a evolução destes dados que tem mostrado uma mudança importante no perfil da mortalidade pela Covid-19 no país: em pouco mais de uma semana, indivíduos jovens e sem comorbidade têm somado, porcentualmente, cada vez mais mortes pelo novo coronavírus. Por este mais recente boletim, e pela primeira vez, um a cada quatro óbitos é de pessoas sem fator de risco associado, ou seja, sem doença prévia existente.

Se no boletim de 30 de março deste ano 85% dos óbitos eram de indivíduos com comorbidades e 15% dos mortos de pessoas sem doença de base, no boletim mais recente as mortes relacionadas a indivíduos sem doenças de base chegaram a 25%, ou 164 casos dos 655 óbitos analisados. Destes casos de mortes sem relação com doenças pré-existentes, 34% delas, ou 56 casos, são de óbitos de pessoas abaixo dos 60 anos – que representam, ainda, 8,5% do total das mortes pelo novo coronavírus.

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Mais jovens

Outro dado que parecia consolidado nos boletins anteriores e que na última semana veio se alterando substancialmente com o avanço da pandemia: hoje 77% das mortes são de pessoas com mais de 60 anos. Em 30 de março eram 90% acima dessa idade. Ou seja, os mortos pelo novo coronavírus abaixo de 60 anos passaram de 10% para 23% do total de mortos.

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Comorbidades são maioria

As comorbidades ou doenças de base, ou ainda doenças pré-existentes, seguem no centro das atenções, por estarem presentes em 75% dos óbitos no país. Segundo o boletim, que traz a análise de 655 entre as 800 mortes pelo novo coronavírus, 491 delas ocorreram a indivíduos que tinham pelo menos uma comorbidades. As mais presentes são as cardiopatias, em 336 casos (51%), e a diabete, em 240 dos casos (37%).

Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, neste momento as pessoas que têm  diabete e hipertensão (ou outra cardiopatia) têm que manter essas doenças bem controladas. “Esta época tem gente preocupada que esquece de tomar remédio na hora certa e gente ansiosa e diabética que acaba comendo mais doces, tomando refrigerantes ou que não mede a glicemia com regularidade. Se essa pessoa pegar esta virose e não tiver a doença crônica controlada ela pode ser uma presa mais fácil”, disse ele na coletiva desta quarta-feira.

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Apesar de não ser um dado estratificado pelo boletim do Ministério da Saúde, a maior parte dos mortos pode apresentar três comorbidades ou mais caso a realidade brasileira se assemelhe à realidade italiana, o que deve ser comprovado mais à frente.

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