Substituir o sal por um produto com níveis reduzidos de sódio e níveis aumentados de potássio pode reduzir a pressão arterial e eventos cardiovasculares graves em alguns casos.
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A pesquisa foi feita na China com quase 21 mil pessoas, com média de 65,4 anos, sendo 49,5% do sexo feminino, 72,6% tendo histórico de acidente vascular encefálico e 88,4% de hipertensão.
Entre as conclusões foi constatado que, em pessoas com história de acidente vascular cerebral, ou com 60 anos de idade ou mais e hipertensão, houve redução entre quem substituiu o sal comum por opções de níveis reduzidos de sódio e aumentados de potássio, nas taxas de acidente vascular cerebral, eventos cardiovasculares maiores e morte por qualquer outra causa.
Segundo dados compilados pelo Medscape, após cinco anos da pesquisa, quem utilizou o substituto do sal teve redução de 14% nos casos de AVC, de 13% em eventos cardiovasculares maiores e de 12% de morte. Não foram constatados efeitos adversos aparentes.
Corte pela metade
Uma pesquisa recente no Brasil mostra ainda que a redução voluntária de sódio em alimentos industrializados deverá prevenir mais de 180 mil novos diagnósticos de doenças cardiovasculares associadas à hipertensão, além de evitar 2,6 mil mortes decorrentes dessas doenças e 12 mil mortes por outras causas também relacionadas ao excesso sódio, em um período de 20 anos.
A conclusão é de um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade de Liverpool, no Reino Unido, publicado na revista BMC Medicine em 28 de setembro. As informações são da Agência Brasil.
O consumo médio de sódio pelos brasileiros é de 3,6g/dia, quantidade muito maior do que o 2g/dia preconizados pela Organização Mundial da Saúde.
Excesso de sódio
O excesso de sódio na dieta está diretamente associado ao aumento da pressão arterial que, por sua vez, é causa de diversas doenças cardiovasculares, como explica o pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da Universidade de São Paulo, Eduardo Nilson. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil e no mundo.
Ele acrescenta que o excesso de sódio é também associado ao câncer gástrico, doenças renais, osteoporose e outras doenças. “Por exemplo, anualmente mais de 47 mil brasileiros morrem por doenças cardiovasculares atribuíveis ao excesso de sódio na dieta, além da grande carga econômica ao país. Essas doenças são evitáveis e a redução do consumo de sódio é benéfica para todas as idades e para pessoas com ou sem hipertensão arterial”, disse.