Muitos sanduíches, massas diversas vezes na semana e refeições cada vez mais rápidas. Ainda que os brasileiros estejam passando bastante tempo em casa desde o início da pandemia de Covid-19, uma pesquisa realizada pela empresa de dados Consumer Insights nos últimos meses afirma que a rotina envolvendo home office, cuidado com os filhos e atividades domésticas tem interferido negativamente nos hábitos alimentares da população.
Segundo os dados, houve crescimento de 34% no consumo de sanduíches no país e as alimentações “express”, com preparos em até 20 minutos, que se tornaram prioridade dentro dos lares. “Isso sem contar aqueles lanchinhos fora de hora, que agora são comuns entre crianças e adultos, pois não há chefe ou professor observando”, aponta o nutrólogo Paulo Guimarães.
Essa alteração no cardápio contribui para o aumento nos índices de obesidade, reduz a resposta imunológica do organismo e ainda potencializa o risco de infecções, diz ele, também professor de Medicina na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “Inclusive pelo novo coronavírus”, alerta o especialista, que solicita mais atenção na escolha dos alimentos oferecidos à família.
Entre as orientações está a de respeitar o intervalo mínimo de três horas entre uma refeição e outra e também a necessidade de escolher produtos mais saudáveis, como frutas, verduras e proteínas. “Faça as carnes grelhadas ou assadas, evitando gorduras e frituras”, aconselha. “Já quem prefere proteínas vegetais pode se beneficiar do iogurte natural, da lentilha, grão de bico e castanhas”.
Além disso, como as famílias têm procurado alimentações mais fáceis de serem preparadas, a dica é acompanhar o prato escolhido por um legume refogado e pelas saladas cruas, que requerem apenas higienização adequada. “Escolha alguma folha verde e uma verdura cortadinha”, indica o nutrólogo, ao sugerir também o consumo de frutas pela manhã ou naqueles momentos em que a vontade de comer alguma coisa “fora de hora” aparecer.