O Instituto Gamaleya anunciou nesta segunda-feira (14) que a vacina que está desenvolvendo contra a Covid-19, a Sputnik V, teve eficácia de 91,4% ao final dos testes clínicos com mais de 22 mil pessoas.
Segundo comunicado publicado no site da Sputnik V, o resultado é baseado na análise dos dados de 22.714 voluntários que receberam a primeira e a segunda dose da vacina ou de placebo até o terceiro ponto de controle da fase 3, que era de 78 casos confirmados de Covid-19.
Os casos foram registrados da seguinte forma em cada grupo:
- 16 casos em 17.032 participantes que receberam a vacina (incidência de 0,094%);
- 62 casos em 5.682 participantes que receberam placebo (incidência de 1,09%);
- Eficácia de 91,4%.
Segundo os pesquisadores, a vacina demonstrou 100% de eficácia contra casos graves de Covid-19: foram registrados 20 casos de formas graves da infecção, todos eles no grupo que recebeu placebo. Não foram registrados eventos adversos inesperados durante a pesquisa; alguns dos voluntários tiveram sintomas leves, como dor no local da injeção e sintomas de gripe, incluindo febre, fraqueza, fadiga e dor de cabeça, diz ainda o comunicado. Os participantes serão monitorados por seis meses.
Até esta segunda-feira, mais de 26 mil voluntários foram vacinados com a Sputnik-V em 29 centros médicos na Rússia, como parte dos ensaios clínicos. Estudos de fase 3 com o imunizante foram aprovados e estão em andamento também em Belarus, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e outros países, assim como estudos de fase 2 e 3 na Índia, afirma o comunicado.
O protocolo dos ensaios clínicos de fase 3 da vacina russa estabeleceu três pontos de controle: no primeiro, com a análise de 20 casos de infecção pelo novo coronavírus, a vacina demonstrou 92% de eficácia, no segundo ponto (39 casos), a taxa de eficácia foi de 91,4%.
Os desenvolvedores da vacina disseram que os dados serão submetidos para publicação em periódico científico revisado por pares e que um relatório com os resultados será usado para acelerar pedidos de autorização em vários países.
A Sputnik-V usa dois vetores de adenovírus humanos como mecanismo de entrega do material genético da superfície do Sars-CoV-2 ao corpo humano, para que o sistema imunológico reconheça as proteínas do vírus e possa combatê-lo em caso de exposição.