O nascimento de um filho vem acompanhado de muitas expectativas. Mais ainda se os pais forem inexperientes. As dúvidas vão aparecendo no decorrer da gestação e se multiplicam após o nascimento, com cada descoberta deles e do bebê.
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E uma das preocupações que comumente aparece nesse momento de adaptação com o novo membro da família é em relação ao peso do recém-nascido. Este é um dos indicativos mais relevantes nesses primeiros momentos de vida e inspira atenção constante da família.
Isso porque um bebê nasce, normalmente, com um peso que varia de 2,5 kg a 4 kg. Nos primeiros cinco dias de vida é comum perder de 7% a 10% desse total e só depois de uns 10 dias é que recupera esse valor inicial. É o que explica a pediatra Cristina Cardozo. “Nos primeiros dias o bebê está aprendendo a mamar então a sucção não é tão efetiva”, esclarece.
Mãe e bebê em adaptação
Outro fator que também deve ser levado em conta é que o organismo da mãe também precisa se adaptar. A amamentação é estimulada justamente pela sucção do bebê e a produção do colostro aumenta à medida que as mamadas acontecem. De acordo com a médica, passado esse período de aprendizagem, no décimo dia o ideal é que o recém-nascido já tenha atingido o mesmo peso do nascimento. “Por isso a consulta com o pediatra é agendada, normalmente, com 10 dias de vida”, esclarece.
Ainda, é nesses primeiros dias que o bebê elimina o mecônio, que são as fezes produzidas durante todo o período intra-útero. Com coloração verde-escura e consistência que parece uma graxa, o mecônio é bastante pesado e expeli-lo contribui para a diminuição do peso logo nas primeiras horas.
A quantidade de xixi que o bebê faz é outro ponto a ser considerado, assim como a transpiração. “Cada fraldinha cheia de xixi tem de 30 a 40 gramas então o bebê perde bastante líquido”, destaca a médica, que completa: “É como se ele estivesse desinchando depois do período que passou na barriga da mãe”.
Passados esses primeiros 10 dias, até o terceiro mês de vida o ganho de peso é significativo: entre 20 e 30 g por dia. Acompanhar essa curva é muito importante para, principalmente, tirar a ansiedade da família. O controle de peso deve ser semanal para identificar qualquer perda mais expressiva.
Pontos de atenção
Já nessa fase, caso o bebê esteja sendo amamentado pela mãe, exclusivamente no peito, como indicado pela Organização Mundial da Saúde, se o ganho de peso não estiver como o esperado, a médica acredita que o mais comum é que a criança não tenha aprendido a sugar direito. Ou então que o leite não esteja sendo ejetado da melhor forma. “Mães que bebem pouca água produzem pouco leite”, aponta, também, a pediatra.
Qualquer outra situação é mais rara e pode ser sinal de uma doença ou algum problema mais grave, por isso o acompanhamento médico em consultório é essencial. “É uma equipe multidisciplinar que acompanha a família, mas a responsabilidade de qualquer diagnóstico é do pediatra”, diz Cristina. Todas essas informações são repassadas à mãe na consulta pré-natal. “Hoje em dia tem muita informação então confunde as mães, por isso temos que direcionar melhor”, conclui.
O principal é entender que nessa fase de adaptação a mãe deve contar com uma rede de apoio, tanto da equipe médica, como da família.