A suplementação após a bariátrica é necessária, porque as vitaminas e minerais são essenciais em muitos processos biológicos.| Foto: Bigstock
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Pessoas submetidas à cirurgia bariátrica passam por modificações importantes no sistema digestivo, o que influencia a absorção de nutrientes.

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Isso acontece porque, nas técnicas usadas no procedimento, pode ser feito um desvio no intestino, o que altera a área de absorção dos alimentos, ou devido à menor secreção de enzimas e do suco digestivo. Sendo assim, pelo restante da vida esses indivíduos terão de repor algumas vitaminas e nutrientes.

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Essa suplementação é necessária porque as vitaminas e minerais são essenciais em muitos processos biológicos que regulam o peso corporal, entre eles a regulação do apetite, da fome, da taxa metabólica e das funções das glândulas, como a tireoide.

Assim, manter as taxas de micronutrientes adequadas no organismo é importante não só para a manutenção da saúde, mas também para a perda de peso. As informações são da Agência Einstein.

Avaliação após a bariátrica é individualizada

A avaliação sobre quais nutrientes devem ser repostos é individualizada, diz o nutrólogo Diogo Toledo, gestor do Departamento de Terapia Nutricional do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador da Pós-Graduação em Nutrologia.

E o déficit pode acontecer mesmo com a suplementação diária, visto que o organismo nem sempre absorve completamente os comprimidos. Essa reposição pode ser feita ou via polivitamínicos, ou com combinações de vitaminas e minerais.

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“Sabe-se que o paciente deve ter especial atenção com as vitaminas B12, B1 e vitamina D”, destaca Toledo. Outras deficiências muito comuns são de proteínas, cálcio e zinco. A falta de proteínas, por exemplo, pode levar à queda de cabelos e quebra de unhas.

“Esses sintomas podem aparecer por diferentes deficiências, não só de vitaminas como de oligoelementos, bem como de proteína. A baixa oferta de proteína pode contribuir para casos de desnutrição proteica se não forem corrigidos ao longo do acompanhamento destes pacientes”, afirma.

A deficiência de ferro é outro problema comum entre os pacientes, que precisam estar atentos ao risco de anemia. “Ele pode ser reposto por via oral, intramuscular ou endovenosa, dependendo do grau de carência”, explica a nutróloga Melina Castro, coordenadora clínica da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo Toledo, é importante avaliar periodicamente a perda de peso e a composição corporal do paciente para entender se ele está perdendo principalmente gordura ou também massa muscular. “A perda de massa muscular pode trazer inúmeros prejuízos que são evitáveis. Além disso, o paciente pode apresentar déficit de vários micronutrientes, que devem ser suplementados e acompanhados frequentemente”, explica.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Aumento das cirurgias bariátricas 

A obesidade é um problema de saúde que afeta o mundo todo e a pandemia agravou ainda mais a situação – já que as pessoas ficaram mais sedentárias e muitos passaram a se alimentar de uma forma não saudável.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a proporção de obesos na população com mais de 20 anos mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Nesse período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2%, enquanto a obesidade masculina passou de 9,6% para 22,8%.

O número de cirurgias bariátricas como opção ao tratamento da obesidade também vem aumentando ano a ano: cresceu quase 85% entre 2011 e 2018, alcançando cerca de 424 mil cirurgias no período, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

Toledo destaca que os pacientes operados precisam ter uma alimentação equilibrada, praticar alguma atividade física e manter um acompanhamento periódico com profissionais especializados para uma avaliação da composição corporal. “O tratamento da obesidade não se limita à perda de peso. Envolve também mudanças comportamentais e de estilo de vida. É necessário um manejo interdisciplinar”, afirma.

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