O ácido hialurônico está presente em nosso organismo com as funções principais de hidratar e sustentar tecidos como a pele e articulações. O preenchimento corporal com esse ácido também é um dos procedimentos estéticos mais realizados no mundo, junto do peeling químico e da toxina botulínica.
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Para ser elegível para esse tipo de procedimento, com mais segurança e efetividade, o ideal é fazer uma entrevista médica detalhada e um exame clínico minucioso, em que o médico irá planejar qual gel será aplicado, qual será a quantidade e quais as regiões devem ser tratadas para atingir o efeito desejado.
Porém, mesmo com todos os cuidados, efeitos adversos podem vir a surgir. Entre eles, a oclusão vascular é a mais grave, segundo informações das médicas dermatologistas Paula Schiavon, presidente da regional paranaense da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Francine Belinetti, professora do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR):
Preenchimento com ácido hialurônico
O procedimento consiste na aplicação de um gel com a substância em pontos chaves da face, com função de embelezamento e rejuvenescimento. “De acordo com a indicação, o gel pode ser aplicado próximo aos ossos, no compartimento de gordura profundo, próximo à pele ou até entre os músculos da face”, explica Paula.
Indicações
A maior procura pelo preenchimento com ácido hialurônico é para tratar o bigode chinês, olheiras e lábios. “Outras ótimas indicações incluem a melhora da sustentação e do contorno da face, reposicionamento das sobrancelhas, tratamento do queixo e mandíbula e até correção de alguns tipos de nariz”, diz Paula.
Segundo Francine, o ácido hialurônico consegue atenuar linhas de expressão, repor volume perdido com o processo de envelhecimento, melhorar o contorno facial, corrigir cicatrizes e até suavizar assimetrias. “Esse procedimento é conhecido como preenchimento facial e, a depender da característica do ácido hialurônico utilizado, pode implicar em efeitos diferentes, desde uma hidratação leve até a volumização efetiva”, diz ela.
Reações leves e graves
Como qualquer procedimento, explica Francine, o preenchimento não é isento de riscos: pode-se evoluir com inchaço, equimoses e dor local, geralmente transitórios.
Após o procedimento, é esperado que surjam hematomas e que as áreas tratadas fiquem doloridas e pouco inchadas. “Eventualmente, algumas semanas após a aplicação, se o volume injetado for acima do necessário, ou se a injeção for na profundidade errada, o rosto pode ficar arredondado e com nódulos”, cita Paula, afirmando que raramente ocorrem reações alérgicas.
Entre os efeitos mais graves e permanentes que também podem ocorrer, segundo Francine, estão as infecções e oclusão de vasos. “Em casos extremos, o paciente pode evoluir com áreas de necrose e até cegueira”, diz ela.
Sinais de que algo vai mal
A complicação mais grave é a oclusão vascular após o preenchimento. “Os sinais são: dor intensa e progressiva algumas horas após a aplicação, mudança da cor da pele onde a aplicação foi feita, desde palidez até vermelhidão, surgimento de pontos arroxeados ou pequenas bolhas. Estes sinais configuram uma emergência e o médico deve ser contatado imediatamente”, afirma Paula.
O branqueamento de alguma área da face e o aumento progressivo da equimose (arroxeamento), inchaços importantes, alterações visuais e alterações na sensibilidade da pele também são sinais importantes que exigem investigação.