No verão, até as saladas parecem apetitosas. Mas por que preferimos comer alimentos mais leves quando as temperaturas aumentam? A resposta está na adaptação do metabolismo do organismo às condições externas.
Em dias quentes, como o corpo não tem tanta necessidade de gastar calorias quanto no inverno (quando é preciso consumir mais calorias para se manter aquecido), refeições leves e de menor valor calórico ficam mais atrativas. “Em dias frios ocorre o contrário, e temos mais vontade de ingerir pratos pesados e alimentos mais calóricos”, diz o cirurgião bariátrico Diogo Kfouri, do Hospital São Vicente em Curitiba.
Circulação alterada
Como no calor a circulação de sangue pelo corpo aumenta, para que a pele possa trocar calor com o ambiente, ingerir comidas pesadas e gordurosas, de difícil digestão, como churrasco e feijoada, faz com que mais sangue siga ao aparelho digestivo, atrapalhando o processo de manutenção da temperatura corporal ideal. “Com a redução do fluxo do sangue ao cérebro, a pessoa também pode ficar mais fraca, tonta, indisposta e aumentar a produção de suor, para equilibrar a temperatura”, diz.
Segundo o médico, o ideal, no calor, é comer refeições leves e se hidratar bem. Então churrasco não é aconselhado, ainda mais com cerveja, que aumenta a diurese e aumenta a perda de líquidos. “O álcool pode agredir a mucosa do estômago e causar quadros de dor, estufamento e diarreia, causando mal estar”, diz.
De olho na água
Mesmo ingerindo refeições mais leves, segundo o especialista, podem surgir sonolência e sensação de cansaço, e isso se deve à tendência maior à desidratação ou perda de líquidos por transpiração, que causam queda de pressão. “Ficar desidratado também pode causar mal estar, tonturas, boca seca, pele túrgida (inchada) ou pegajosa e fraqueza, além de desconforto, indisposição, estufamento e, às vezes, cólicas abdominais”, diz ele.