A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as formas de transmissão do novo coronavírus nesta quinta-feira (9). A entidade reconheceu a possibilidade de disseminação da doença via aérea, ou pelo ar, especialmente em ambientes fechados.
A mudança veio depois de uma carta enviada por 239 cientistas de 32 países solicitar o reconhecimento da entidade sobre o potencial de propagação do vírus pelo ar. Para os pesquisadores autores, "existe um potencial significativo de exposição por inalação a vírus em gotículas respiratórias microscópicas (microgotas) a curtas e médias distâncias (até vários metros, em ambientes fechados e sem ventilação), e defendemos a utilização de medidas preventivas para mitigar esta via aérea de transmissão".
Em resposta, a OMS destacou nas novas orientações que surtos da doença relatados em espaços fechados e com aglomeração de pessoas sugerem a possibilidade da transmissão aerossol (via gotículas que percorrem longas distâncias), em associação à transmissão via gotículas. Dentre as situações citadas pela entidade, estão:
- Ensaios de coral;
- Restaurantes;
- Aulas de ginástica/academias.
"Nesses eventos, a transmissão aerossol a curta distância não pode ser descartada, particularmente em locais fechados, como espaços com aglomeração e sem uma ventilação adequada, em um período longo de tempo com pessoas infectadas", destaca a OMS.
A entidade destaca, porém, que outras formas de transmissão também possam explicar esses riscos dos ambientes fechados, como via superfícies contaminadas ou mesmo as gotículas de uma pessoa infectada a outra.
"Além disso, o contato próximo favorecido por esses ambientes aglomerados pode facilitar a transmissão de um número pequeno de casos para muitas pessoas (por exemplo, um evento de grande transmissão), especialmente se a higiene das mãos não for feita, se as máscaras não forem usadas e se o distanciamento físico não for mantido", completa.