A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (11) o início de testes em pacientes hospitalizados de três novos tratamentos para a Covid-19. Serão estudados os fármacos Artesunato (produzido pela Ipca), Imatinib (Novartis) e Infliximabe (Johnson & Johnson).
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Os três medicamentos foram doados pelos fabricantes e foram selecionados por um painel independente de especialistas, "dado seu potencial na hora de reduzir o risco de falecimento de pacientes com Covid-19", indicou a OMS, por meio de comunicado.
O Artesunato, até hoje, era utilizado no tratamento de casos graves de malária, o Imatinib em alguns tipos de câncer, e o Infliximabe em doenças que atacam o sistema imunológico, como a doença de Crohn e artrite reumatoide, conforme explica a nota da Organização Mundial da Saúde.
"Encontrar tratamentos mais eficazes e acessíveis para a Covid-19 ainda é uma necessidade crítica, e a OMS está orgulhosa em liderar esse esforço global", diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado da organização.
Tratamentos fazem parte da 2ª etapa do Solidarity
Com os três medicamentos, é iniciada a segunda fase de testes no estudo clínico Solidarity, que na primeira etapa testou, em pacientes com Covid-19, outros medicamentos, como a hidroxicloroquina, utilizada inicialmente contra a malária, o antiviral remdesivir, além dos antirretrovirais lopinavir e ritonavir.
A OMS concluiu, no fim do ano passado, que nenhum desses quatro tratamentos alcançava reduções importantes na duração das internações, no número de mortes por Covid-19 ou na quantidade de pessoas que precisavam de auxílio mecânico para respirar.
Em contraste com o rápido desenvolvimento das vacinas, com mais de uma dezena já em uso no mundo, a OMS reconhece apenas dois tratamentos como efetivos contra a Covid-19, o corticosteroide dexametasona e o uso de drogas antagonistas do receptor de interleucina-6.
O primeiro medicamento é de fácil acesso em todo o mundo, pelo baixo valor de venda, enquanto o segundo é mais caro, o que fez a própria OMS admitir que não estaria ao alcance da maioria dos pacientes em países em desenvolvimento.
Os testes da segunda fase do programa Solidarity envolverão milhares de investigadores em 60 hospitais localizados em 52 países, 16 nações a mais do que na primeira etapa, conforme informou hoje a OMS.