Quando o mundo acreditava que a pandemia causada pelo novo coronavírus estava em processo de estabilização e até mesmo em queda no número de mortes, eis que surge, no sul da África, uma nova variante de atenção. Ou seja, é imputada a ela certo risco ainda não dimensionado. Veja o que se sabe sobre a B.1.1.529, a chamada omicron.
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Onde surgiu a variante omicron?
No sul da África ela foi vista primeiro, a partir de amostra coletada na África do Sul, em 9 de novembro. Segundo o comitê de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que se reuniu nesta sexta-feira (26), esse achado coincide com um forte aumento no número de casos de infecção naquele país. Mas isso não significa que a variante foi efetivamente lá originada.
A omicron traz mais riscos?
A ómicron foi considerada "variante de risco" ou de atenção, já que algumas das novas mutações apresentadas por essa nova cepa sugeriu maior capacidade de transmissão do que as anteriores, com notificações em "quase todas as províncias sul-africanas". Já haviam recebido essa classificação a alfa (detectada primeiro no Reino Unido), a beta (África do Sul), a gama (Brasil) e o delta (Índia).
A omicron é mais rápida?
De acordo com a OMS, o ritmo de propagação dessa variante parece ser maior do que das cepas anteriores, pela quantidade de casos em tão pouco tempo. Por ela estar ocupando o lugar da variante Delta com rapidez no continente africano, isso desperta muitas preocupações.
A omicron é mais letal?
Ainda não é possível afirmar que a omicron é mais ou menos resistente às vacinas desenvolvidas, ou que é capaz de produzir mais mortes que as cepas anteriores. A preocupação maior é que ela tem um grande número de mutações, pelo menos 30. Serão preciso semanas para saber o real perigo envolvido nessa nova cepa.
Onde são as mutações dessa variante?
Particularmente na proteína spike, a parte do vírus que é alvo da maioria das vacinas e que pode comprometer a ação de anticorpos gerados após a infecção ou vacinação.
Onde ela já foi encontrada no mundo?
Por enquanto, além da África do Sul, em Botsuana, Hong Kong e Bélgica.
Na Bélgica quem foi detectado com a cepa?
Foi uma mulher adulta jovem não-vacinada que teve sintomas 11 dias depois de viajar ao Egito, vinda da Turquia, segundo divulgou o Laboratório Nacional de Referência do país europeu. Esse primeiro caso na Europa foi detectado em 22 de novembro.
Há novas medidas de prevenção?
Segundo a OMS, deve-se seguir com o uso de máscara, higiene das mãos, distanciamento físico, arejamento e segurança em ambientes fechados, que se evitem aglomerações e se vacinem.
As vacinas que temos podem não funcionar para a variante omicron?
Especialistas dizem que simplesmente aumentar a quantidade geral de anticorpos, como com as vacinas existentes, pode ajudar a compensar a incompatibilidade entre as vacinas existentes e a nova variante.
Há restrições de viagem em vigência já no Brasil?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou nesta sexta-feira (26) que o governo federal restrinja voos para o Brasil de seis países da África Austral, região onde foi identificada uma nova variante do coronavírus com muitas mutações. Os países que constam da recomendação são: África do Sul, Botsuana, Eswatini (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A decisão ainda depende de outros órgãos de governo.