Será que comer bastante alho, por causa de suas propriedades antimicrobianas, pode prevenir a infecção pelo novo coronavírus? Ou quem sabe a aplicação de óleo de gergelim na pele possa matar o vírus ou, pelo menos, prevenir sua entrada no corpo? É seguro receber uma carta ou encomenda da China?
Para evitar a propagação de mitos, e, ao mesmo tempo, orientar sobre medidas preventivas corretas no enfrentamento do vírus que se alastra a partir da China, dúvidas como essas são respondidas pela Organização Mundial de Saúde em seu site oficial e nas redes sociais.
Veja os esclarecimentos postados pela OMS sobre a correta prevenção ao vírus 2019-nCoV.
Coronavírus: dúvidas esclarecidas pela OMS
O alho é um alimento saudável que pode ter algumas propriedades antimicrobianas, no entanto, não há evidências no surto atual de que sua ingestão tenha protegido as pessoas do contágio.
Sim, é seguro. Quem recebe encomendas da China não corre o risco de contrair o coronavírus. A partir de análises anteriores, sabe-se que os coronavírus não sobrevivem por muito tempo em objetos como cartas ou pacotes.
Não. O óleo de gergelim não mata o coronavírus. Há alguns desinfetantes químicos que podem matar o 2019-nCoV nas superfícies. Isso inclui desinfetantes à base de água sanitária, solventes de éter, álcool 75%, ácido peracético e clorofórmio. No entanto, esses produtos têm pouco ou nenhum impacto sobre o vírus se você utilizá-los na pele ou sob o nariz. Na verdade, pode ser perigoso colocar estes produtos na pele.
Não. Inalar a fumaça e os gases dos fogos de artifício é perigoso e não mata o coronavírus. Essa fumaça contém dióxido de enxofre, um gás com toxidade moderada e que pode provocar alergia. A inalação pode irritar seus olhos, nariz, garganta e pulmões, e até desencadear um ataque de asma. E você ainda arrisca sofrer queimaduras ao se aproximar dos fogos para inalar sua fumaça.
Não. As vacinas contra pneumonia, como a pneumocócica e a Haemophilus tipo B (Hib), não oferecem proteção contra o novo coronavírus. O vírus é tão novo e diferente que demanda uma vacina específica. Os pesquisadores estão tentando desenvolver uma vacina contra o 2019-nCoV, com apoio da Organização Mundial de Saúde. Apesar dessas vacinas não serem efetivas contra o novo coronavírus, a vacinação contra doenças respiratórias é altamente recomendada para preservar sua saúde.
Não. Os antibióticos não atuam contra vírus, apenas contra bactérias. No entanto, caso alguém seja hospitalizado por causa do 2019 nCoV, é possível que a pessoa receba antibióticos, para combater infecções oportunistas.
Pessoas de todas as idades podem ser infectadas pelo coronavírus. As mais idosas, e aquelas com condições médicas pré-existentes (como asma, diabetes e problemas cardíacos), aparentam ser mais vulneráveis a adoecer de forma mais grave por causa do vírus. A OMS orienta pessoas de todas as idades a tomar medidas para se protegerem do vírus, como, por exemplo, observando bons hábitos de higiene das mãos e do sistema respiratório.
Até o momento, não há evidências de que animais de companhia como cães e gatos possam ser infectados pelo coronavírus. No entanto, é sempre recomendável lavar as mãos com sabão e água após contato com os pets. Isso protege contra várias bactérias comuns, como E.coli e Salmonella, que podem ser transmitidas dos pets para os seres humanos.
Até o momento, não existe um remédio específico para a doença. No entanto, as pessoas infectadas pelo vírus devem receber cuidados apropriados para aliviar e tratar os sintomas. E aqueles com agravamento do quadro de saúde devem receber apoio médico intensivo. Alguns tratamentos específicos estão sendo investigados e vão passar por testes clínicos. A Organização Mundial de Saúde está ajudando a acelerar a pesquisa e a coordenar os esforços com várias instituições parceiras.