Mulheres têm maior chance de enfrentar casos de alergia na gravidez, devido às mudanças imunológicas dessa fase| Foto: Bigstock
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Acostumada a comer todo tipo de alimento, usar cremes perfumados e ter contato com diferentes produtos de limpeza, a advogada Amanda Chedid Vianna não imaginava que isso pudesse mudar assim que ela engravidasse. No entanto, bastou receber seu esperado positivo para que ela convivesse com reações alérgicas que nunca havia enfrentado. “Eu sentia muita coceira nas pernas e na barriga, e tinha que coçar tanto que fui ficando com manchas vermelhas e roxas”, conta a mãe do pequeno Matteo Viana, de 4 meses.

O problema é que ela não conseguia identificar o motivo dessa alergia e, enquanto tentava encontrar o item ou comida que a prejudicava, as reações se tornavam ainda mais fortes. “Começaram a surgir grosseirões pela minha pele e a coceira ficou insuportável”, recorda a jovem de 25 anos, que passou toda a gravidez sem saber o que lhe fazia mal.

E Amanda não é a única. De acordo com a médica obstetra Mariana Drechmer Romanowski, grande parte das grávidas enfrenta quadros alérgicos respiratórios ou de pele devido às mudanças que apresentam no sistema imunológico durante essa fase. Além disso, “o ressecamento causado por fatores hormonais, genéticos ou pelo próprio estiramento da pele também faz com que tenham maior propensão às alergias”.

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O problema é que, na maioria dos casos, a mulher não tem histórico de reações desse tipo e tem dificuldade para identificar o motivo das crises. Por isso, a orientação é estar atenta ao uso de cremes ou produtos de limpeza, e também evitar a ingestão de alimentos com corantes, condimentos fortes ou frutos do mar. “Já nos casos de alergias respiratórias, vale prestar atenção sempre que entrar em contato com pó, pólen ou pelos de animais”, acrescenta a médica.

Outra dica, segundo ela, é utilizar soro fisiológico com frequência nas narinas e manter a pele bem hidratada. “Lembrando que, ao perceber qualquer sintoma incomum, é importante que a grávida procure atendimento médico para verificar se não é algo mais sério, como a colestase gestacional, por exemplo”.

Em quadros como esse, a mulher sente coceira excessiva pelo corpo devido a uma alteração no fígado que faz com que a bile não seja liberada ao intestino. Isso dificulta a digestão e, se não for tratado, pode comprometer a saúde do feto e aumentar o risco de parto prematuro. “No meu caso, a médica falou que poderia ser essa doença e nós fomos acompanhando para verificar”, recorda a advogada Amanda Vianna. “Fiquei muito preocupada com meu bebezinho”.

Felizmente, a situação da curitibana – assim como acontece com a maioria das gestantes – não passou de uma alergia comum. No entanto, é preciso avaliar cada caso para garantir que os sintomas não são resultado de uma infecção ou de alguma doença mais séria. “Há alergias respiratórias que podem trazer risco para mãe e bebê por diminuírem a oxigenação do organismo”, alerta a obstetra Mariana Romanowski. Inclusive, ”situações graves, até mesmo alimentares, levam ao choque anafilático, trazendo risco de morte”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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O que fazer durante a quarentena?

Portanto, mesmo durante o isolamento social, é necessário que as grávidas mantenham contato com seus médicos e peçam orientação ao perceberem coceiras persistentes ou fortes sintomas respiratórios. “E uma alternativa para isso é a teleconsulta”, sugere a especialista, que indica ainda banhos em temperatura morna para fria nos casos de alergias leves na pele e também inalações caseiras com soro gelado para alergias respiratórias. “Mas os sintomas moderados e graves devem sempre ser investigados”, finaliza.