Grávida da segunda filha, a designer Martina Seefeld Storck esperava um trabalho de parto mais rápido que o primeiro, pois seu organismo já havia passado pela experiência de dar à luz e tudo corria bem com a gestação.
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No entanto, ela não imaginava que receberia seu bebê nos braços apenas 40 minutos após o início das contrações — e antes de chegar à maternidade. “Nossa bebê nasceu no carro e foi uma loucura!”, relata.
Segundo a curitibana, suas dores começaram 0h13 do último dia 28 de setembro e se intensificaram rapidamente. “Eu sentia uma contração bem forte a cada dois minutos, então ligamos para o médico e ele falou para irmos direto para o hospital”, conta Martina, que tentou seguir a orientação, mas não conseguiu. “Era tanta dor que estava impossível descer a escada”.
Diante da situação, o esposo Guilherme Storck fez de tudo para levar a mulher até a garagem e a colocar dentro do veículo. “Só que, na hora de ligar o carro, gritei que a nenê ia nascer, então meu marido abriu a porta do passageiro para eu esticar a perna e, em segundos, já pegou nossa filha”, lembra, emocionada. “Foram duas forças e pude segurá-la nos braços sem acreditar no que estava acontecendo”.
A pequena Giovana nasceu 0h50 com 3,200kg e 48 centímetros. Os pais ouviram seu choro e a enrolaram com uma camisa para que ficasse quentinha no colo da mamãe até chegar ao hospital. “Foi bem desesperador, mas graças a Deus deu tudo certo”, conta a mulher de 33 anos, sem entender o motivo de o parto ter sido tão apressado. “Deve ser algo do meu corpo”.
E ela está certa! De acordo com o médico obstetra André de Paula Branco, casos como o de Martina ocorrem porque algumas pacientes apresentam condições físicas que favorecem um nascimento mais rápido. “Desde a constituição dos tecidos, posição da pelve, capacidade de passagem do bebê e até quantidade de contrações”, cita o diretor técnico do GNDI Hospital e Maternidade Brígida, de Curitiba.
Além disso, mulheres que já tiveram filhos também podem apresentar redução no tempo de trabalho de parto, mas não há uma regra para isso. “Afinal, existem vários fatores associados, como quantidade de partos, idade gestacional, tamanho e posição da criança e, ainda, intensidade e frequência das contrações”, enumera, ao explicar que o tempo comum para dilatação do colo do útero é de um centímetro por hora até completar os 10 centímetros necessários para passagem do bebê.
Como ter um parto mais rápido?
No entanto, a contagem só é válida quando a mulher está com contrações efetivas que comprovem o início do trabalho de parto. “Ou seja, tendo em um período de 10 minutos cerca de três contrações vigorosas de mais ou menos 40 segundos cada”, pontua o especialista. “Sem isso, a mulher possivelmente estará no período do pré-parto ou fase latente, que pode demorar”.
Portanto, é importante que a gestante busque informações a respeito do processo e perceba os sinais que seu corpo mostra em cada estágio. “Assim, aproveitará melhor a equipe que está fazendo a assistência e otimizará seu tempo”, comenta o médico, ao afirmar que diversos profissionais de saúde podem auxiliar antes e durante o parto.
“Temos enfermeiras obstétricas, doulas que fazem um trabalho muito importante de preparo e ainda fisioterapeutas que ajudam no condicionamento físico, na musculatura perineal e na consciência corporal na hora de fazer as forças”, indica André.
Nascido no caminho
E foram essas dicas que fizeram diferença para a terapeuta Débora Biachi Falleiro, de 29 anos. Grávida do primeiro filho, em 2016, ela estudou todo o processo de nascimento, contratou uma doula para acompanhá-la e fez exercícios para a musculatura pélvica durante a gestação. “Sem contar que comi tâmaras para ajudar no processo e evitei ingerir amidos, porque eles podem dificultar a dilatação”, relata.
O resultado, segundo ela, foi um trabalho de parto intenso de aproximadamente sete horas até a dilatação completa de 10 centímetros – três horas a menos que a média – e uma fase expulsiva de apenas alguns minutos. “Tanto que achávamos que daria tempo para chegar ao hospital quando as dores se intensificaram, mas o Noah acabou nascendo no caminho”, relata a mulher.
Hoje, Débora está grávida do terceiro filho e afirma que cada gestação e parto que teve ocorreram de maneiras diferentes e perfeitas. “Todas foram atos de amor, coragem, empoderamento e de respeito a nossa natureza”, garante.