A expectativa para o início de 2021 é grande. Com a aprovação das primeiras vacinas contra a Covid-19 por alguns países, ainda em dezembro, vislumbra-se o fim da pandemia do novo coronavírus, que teima em permanecer entre nós.
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Sem querer jogar um balde de água fria, mas tentando puxá-lo para mais próximo da realidade, não será possível "sair lambendo qualquer corrimão" logo em janeiro, alertam os especialistas. A "volta ao normal" só deveremos ver no fim de 2021 ou mesmo em 2022 – ou quando boa parte da população mundial estiver imunizada.
"A volta à normalidade não vai se dar a partir do início da vacinação. Vamos começar a ter esse retorno quando terminarmos a vacinação da população, e mesmo assim é preciso calcular que tem todos os grupos prioritários na frente", explica Alexandre Zavascki, médico infectologista, professor de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Adicionando ao cálculo todas as variáveis – de debates políticos a oferta de doses –, o infectologista estima que o brasileiro deverá manter a mesma "nova rotina" durante todo o ano de 2021. Com otimismo, pelo menos durante os seis primeiros meses.
"Hoje, com a alta taxa de transmissão do vírus, o risco de entrar em contato é alto. Quando começarmos a ter pessoas vacinadas, a chance de se infectar é menor, mas não vai a zero. Ela vai diminuindo gradualmente. A partir disso, podemos ir relaxando nas proteções individuais", afirma Zavascki.
Sinal verde para o relaxamento
Dos sinais que indicariam que, sim, será possível relaxar nas medidas de proteção, Juarez Cunha, médico pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) cita a redução na circulação do novo coronavírus.
"O ideal seria termos uma imunidade coletiva. A partir desse momento, haveria uma diminuição na circulação do vírus, o que reduziria a possibilidade de doença e morte. Não significa que não acontecerá mais nenhuma, mas o risco diminuiria", afirma.
Mesmo com o vírus não circulando da mesma forma que antes, será necessário implantar, de forma mais intensa, a testagem da população, segundo explica o infectologista Alexandre Zavascki. "A testagem é fundamental na fase em que se começa a diminuir os cuidados. Você precisa identificar rapidamente um grande número de indivíduos que tenham entrado em contato com alguém infectado para evitar novos surtos".
Você protege os outros
Imaginar as mesmas restrições por mais um ano lhe causa tristeza? Lembre-se que você não protege apenas a si próprio, mas a quem estiver próximo, e a mesma lógica serve para quando tivermos as vacinas no Brasil.
"A vacina deve ser entendida do ponto de vista do coletivo. Uma vez que tivermos uma parcela significativa da população vacinada, o número de pessoas suscetíveis ao vírus diminui, e isso faz com que a circulação do vírus caia também", explica o infectologista.
Para Juarez Cunha, da SBIm, 2021 será um ano de transição. "Mas precisaremos, com certeza, manter o que sabemos que funciona, que é o uso das máscaras, a lavagem das mãos e evitar as aglomerações".
O que levaremos para 2021?
Para 2021, levaremos, segundo os especialistas:
- Máscaras;
- Evitar aglomerações;
- Preferir ambientes abertos e bem ventilados;
- Higienização das mãos;
- Distanciamento de, pelo menos, dois metros;
- Vacinas.