O novo coronavírus passou a ser considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir dessa quarta-feira (11). Isso, no entanto, não representa nenhuma diferença em como a doença deverá ser combatida - seja pelos países ou pela população em geral.
Apesar da mudança na denominação da doença, as máscaras de proteção não precisam (e nem devem) ser usadas por toda a população. Em casos específicos, porém, o uso é recomendado pelos especialistas.
"O uso da máscara é mais importante para os profissionais de saúde e para quem está sintomático. Não existe uma recomendação, ainda, de uso indiscriminado pela população em locais que podem ter aglomerações, como cinemas e teatros. O que existe é a recomendação ao profissional de saúde, enquanto estiver no período de risco, e pacientes que apresentem sintomas, visto que a máscara é um meio de contenção da contaminação", explica Rafael Mialski, médico infectologista membro da Associação Paranaense de Infectologia.
O médico reforça que essa é uma recomendação atual e que pode sofrer modificações conforme o avanço da doença no país. No entanto, por enquanto, a melhor atitude é deixar que as máscaras sejam usadas apenas por pessoas que apresentem os sintomas.
"Todo o pavor frente ao Covid-19 reascende medidas que já deveriam estar sendo feitas hoje: o sintomático deve se proteger. A regra deveria ser: quem procura o atendimento médico com sintoma respiratório já deveria usar a máscara antes. Agora, com o novo coronavírus, isso é ressaltado e às vezes feito de forma exagerada", completa o médico, que também atua no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR).
Sem máscara, mas protegido
Sem usar a máscara, há quem possa se sentir desprotegido. Não é o caso, conforme explica o especialista, visto que medidas básicas de higiene e etiqueta são suficientes para manter a saúde. Entram na lista:
- Proteger o rosto com o braço/cotovelo na hora do espirro ou da tosse (etiqueta do espirro/ da tosse);
- Lavar as mãos com água e sabão e álcool em gel;
- Evitar levar as mãos ao nariz, boca e olhos;
- Caso espirre ou tussa nas mãos, lavar as mãos.
"Com isso, a pessoa protege a si mesma e quem estiver próximo. É importante também assegurar que, apesar de o pavor das pessoas que acham que todo mundo vai morrer, quando olhamos para a mortalidade do novo coronavírus, estamos com 2% a 4%. Isso quer dizer que 98% a 96% não vão morrer. É uma mortalidade relativamente maior que o H1N1, mas ainda é baixa", reforça Mialski, médico infectologista.